Categories: Economia

Caso Brumadinho: ministro suspende prazo para engenheiros da TÜV Süd se defenderem por mortes

O ministro Sebastião Reis Júnior, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), atendeu a um pedido dos engenheiros Makoto Namba, André Jum Yassuda e Marlísio Oliveira Cecílio Júnior, da empresa alemã TÜV SÜD, e suspendeu o prazo para que suas defesas rebatam às acusações pelo desastre de Brumadinho.

Na prática, a decisão adia o desfecho do processo sobre o rompimento da barragem da Mina do Córrego do Feijão. O acidente, em 25 de janeiro de 2019, deixou 259 mortos e onze desaparecidos. Os réus respondem por homicídio doloso e serão julgados no Tribunal do Júri.

As defesas dos engenheiros alegam que não tiveram acesso a todos os documentos em posse do Ministério Público Federal (STF).

“Há uma clara assimetria entre a acusação e defesa, impondo-se a esta última uma posição de vulnerabilidade na dinâmica processual, permitindo que a acusação mantenha cartas na manga e surpreenda a defesa, caso queira, com elementos que poderiam e deveriam ter instruído a denúncia oferecida”, alegaram os advogados.

Os documentos reivindicados foram compartilhados pela Securities and Exchange Commission, autoridade reguladora dos Estados Unidos, e enviados para análise da Polícia Federal. A documentação foi compartilhada com a defesa, mas os advogados afirmam que têm direito de saber como ela será usada pela acusação.

A Justiça Federal negou o pedido sob o argumento de que, se houver aditamento ou nova denúncia, os prazos para manifestação das defesas serão reabertos.

Ao receber o recurso no STJ, o ministro Sebastião Reis Júnior achou prudente suspender o prazo. Ele também pediu que a Justiça Federal em Minas preste informações sobre a documentação.

“Diante da possibilidade de os documentos mencionados influenciarem nas teses da defesa, provocarem o aditamento da denúncia ou mesmo interferirem no próprio seguimento da ação penal, entendo ser o caso de, por ora, suspender o prazo para apresentação da resposta à acusação”, escreveu.

Os engenheiros foram denunciados porque, segundo o Ministério Público, sabiam do risco de rompimento da barragem. Quatro meses antes da tragédia, produziram um laudo que atestava a estabilidade de estrutura da Mina do Córrego do Feijão.

As defesas tiveram 100 dias para enviar seus argumentos e rebater as acusações.

Por Rayssa Motta e Marcelo Godoy

Estadão Conteúdo

Recent Posts

Latam amplia em 12% voos no Brasil em 2025, com quatro novas rotas domésticas

A Latam vai operar 348 voos domésticos por dia no Brasil em 2025, 12% a…

8 horas ago

ANP aprova acordo de cooperação com Serpro no âmbito do RenovaBio

A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) aprovou um acordo de cooperação…

8 horas ago

Correção: Lula faz evento para tornar oficial programa de repactuações de rodovias

A matéria publicada anteriormente continha uma incorreção sobre a nome da concessionária do trecho da…

10 horas ago

Brasil vive momento histórico sobre concessões, com melhor entendimento público, diz Lula

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, afirmou que o País vive um…

12 horas ago

Renan Filho: governo analisa 4 repactuações de rodovias, encaminhou 8 para o TCU e reprovou 2

O ministro dos Transportes, Renan Filho, apresentou o balanço dos trabalhos que compõem o "Programa…

13 horas ago

Claro lança oferta de celular para fisgar público que ainda não aderiu ao 5G

A Claro fechou parceria com a Motorola para lançar uma oferta de celular 5G com…

13 horas ago