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CBIE: Nosso cenário-base para o Brasil é que exploração na Margem Equatorial será aprovada

A consultoria Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE) projeta a aprovação da exploração na Margem Equatorial. A liberação está em compasso de espera desde meados do ano passado quando o Ibama negou a liberação da licença ambiental.

Considerando o início da produção nas cinco bacias sedimentares da Margem, o CBIE estima que a produção brasileira de petróleo pode atingir 7 milhões de barris por dia (bpd) já em 2030, assumindo um platô nos anos seguintes e postergando o pico da curva de produção nacional em “seis ou sete anos”. As previsões constam do Outlook 2024 do CBIE, relatório anual com perspectivas para o setor energético.

“Nosso cenário-base para o Brasil é que a exploração na Margem Equatorial será aprovada. Há resistência ainda, muito barulho, uma disputa política entre (os ministros) Alexandre SIlveira (MME) e Marina Silva (MMA), mas, historicamente, a visão econômica pragmática sempre prevaleceu, como no caso da hidrelétrica de Belo Monte”, disse o diretor do CBIE, Bruno Pascon, em apresentação do relatório na quarta-feira, 3.

Segundo Pascon, a produção nas bacias da Margem Equatorial tem o potencial de adicionar cerca de 1,1 milhão bpd à produção nacional já em 2030, um acréscimo cada vez mais retardado em função da demora na liberação das licenças ambientais. O CBIE projeta primeiro óleo para “quatro ou cinco” anos depois do início das atividades de exploração nos campos.

“A Margem é diferente, mas guarda uma semelhança com o Pré-sal, que é um custo muito baixo de produção. O ‘break even’ para produzir na Guiana (território adjacente ao norte da Margem Equatorial) é de US$ 35 por barril. A produção na Guiana já está em 300 mil bpd e neste ano deve alcançar a marca de 500 mil bpd”, diz Pascon.

O especialista destaca que a projeção do CBIE é conservadora, e leva em conta um fator de recuperação de 25%, quando a média real é de 35%.

Cenário sem Margem Equatorial

Sem considerar novas fontes, como a Margem Equatorial, o CBIE projeta que a produção brasileira deve atingir seu pico já em 2031, em patamar de 5,86 milhões bpd, o que se manteria nos anos seguintes. A projeção leva em conta reservas atuais e contingentes.

Com relação à Petrobras, maior operadora de petróleo do País, o CBIE projeta uma produção de 3,63 milhões bpd em 2024, alta de 230 mil bpd ante 2023.

O CBIE diz que, em termos de produção nacional, até o fim da década, 80% virão do pré-sal e 20% da bacia de Sergipe-Alagoas. É o incremento da produção na primeira província e o início da segunda que deve ampliar a produção dos 3,6 milhões bpd, previstos para este ano, para algo em torno de 5,6 milhões bpd no fim da década.

Por Gabriel Vasconcelos

Estadão Conteúdo

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