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Deltan elogia voto do relator contra cassação de Moro e diz que ex-juiz sofre ‘perseguição’

O voto do desembargador do Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR) Luciano Carrasco Falavinha Souza, relator das ações que pedem a cassação do senador Sérgio Moro (União-PR), foi elogiado pelo ex-deputado federal Deltan Dallagnol (Novo-PR). Para o ex-procurador da República, que foi coordenador da força-tarefa da Operação Lava Jato, o posicionamento contrário à perda do mandato de Moro é “histórico”.

A Federação Brasil da Esperança, formada por PT, PCdoB e PV, e o PL alegam que o ex-juiz se beneficiou da projeção da pré-campanha quando dizia que ia concorrer à Presidência na disputa ao Senado. Falavinha, em seu parecer sobre o caso, votou contra a cassação e inelegibilidade de Moro.

Em publicação no X (antigo Twitter) nesta segunda-feira, 1º, Deltan Dallagnol disse o julgamento “expõe a perseguição do sistema contra quem combateu a corrupção”, referindo-se à atuação de Moro como juiz na Lava Jato. O ex-deputado ainda afirma que há um “duplo padrão de tratamento” entre outros políticos e aqueles que atuaram na investigação e que “punições dependem de previsão legal”.

Falavinha levou cerca de duas horas para ler o parecer sobre o caso e afirmou que “não houve abuso de poder econômico, não houve prova de caixa dois, muito menos abuso nos meios de comunicação”. O desembargador ainda reforçou que a atuação de Moro na Lava Jato “não está em julgamento”. “Nem seus acertos, nem seus erros”, disse.

Após o voto de Falavinha, que considera que os gastos de pré-campanha do senador são “compatíveis”, o desembargador José Rodrigo Sade pediu mais tempo para analisar o caso. O julgamento será retomado na quarta-feira, 3.

A decisão em relação às ações protocoladas pela federação que tem o PT, partido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, como integrante, e o PL, do ex-presidente Jair Bolsonaro, deve sair até a próxima segunda-feira, 8. Em caso de recurso, o caso ainda pode seguir para o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que dará a palavra final sobre a punição imposta a Moro.

Por Julia Camim, especial para o Estadão

Estadão Conteúdo

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