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Fitch revisa perspectiva do rating AA- do Reino Unido de negativa para estável

A Fitch Ratings reiterou em AA- o rating de longo prazo em moeda estrangeira do Reino Unido, mas revisou a perspectiva de negativa para estável. Segundo a agência, a decisão reflete o arrefecimento riscos à política econômica do país, que deve registrar estabilização da proporção da dívida para o Produto Interno Bruto (PIB) a partir do final de 2025.

A instituição afirma que o governo está focado em reduzir o déficit fiscal após os sucessivos choques da pandemia de covid-19 e da escalada dos preços de energia. Ao mesmo tempo, há um maior equilíbrio entre a posição das contas públicas e os objetivos do Banco da Inglaterra (BoE) para reduzir a inflação à meta de 2%, segundo a análise.

“Embora permaneça a incerteza relativa à estratégia orçamental do Reino Unido pós-eleição, as projeções cautelosas da Fitch pressupõem um equilíbrio entre as prioridades políticas e a redução dos riscos para a sustentabilidade das finanças públicas”, afirma, em relação ao pleito que acontecerá este ano.

A agência prevê que o Produto Interno Bruto (PIB) britânico ficará praticamente estagnado em 2024, com variação positiva de 0,2%. A expectativa é de que o crescimento acelere para 1,7% em 2025, ainda abaixo da média de pares com rating semelhante, que é de avanço de 2,5%.

A Fitch também acredita que a dívida geral do governo crescerá de 101% do PIB em 2023 para 103,6% do PIB em 2024, antes de se estabilizar em 105% do PIB em 2025. Esse nível será mais que o dobro de economias semelhantes e limitará o espaço para resposta a choques futuros, conforme o comunicado.

“Os profundos mercados de capitais do Reino Unido, a ausência de dívida em moeda estrangeira e o estatuto de moeda de reserva da libra esterlina sustentam a forte flexibilidade de financiamento do governo soberano”, pondera.

Em relação à política monetária, a Fitch espera que o BoE seja “cauteloso” no processo de relaxamento monetário, com corte de juros de 5,25% atualmente para 4,5% até o fim deste ano e para 3,5% até o final de 2025.

Por André Marinho

Estadão Conteúdo

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