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Para líder do BIS, bancos e reguladores devem trabalhar para melhorar resiliência do setor

O gerente-geral do Banco de Compensações Internacionais (BIS, na sigla em inglês), Agustín Carstens, afirmou nesta segunda-feira, 18, que a resiliência do setor bancário no mundo teve avanços consideráveis na última década, mas reconheceu que ainda há mais trabalho a ser feito nessa frente. Em discurso durante evento na Universidade de Frankfurt, ele disse que os bancos exerceram um papel vital de apoio à economia durante o auge da pandemia de covid-19.

Mesmo quando turbulências surgiram no ano passado, os efeitos mais agudos foram limitados pelo rápido uso de instrumentos de crise por autoridades e os benefícios das reformas adotadas após a crise de 2008, de acordo com ele.

Para Carstens, no entanto, a responsabilidade central pelo vigor do sistema bancário depende primariamente dos próprios bancos. Segundo ele, não há substituto melhor do que modelos de negócio saudáveis, gestão risco adequada e governança eficiente.

Contudo, Carstens admite que os supervisores também podem melhorar sua capacidade para identificar riscos. “Precisamos de informações oportunas, completas e implementação consistente de reformas e regulamentações bancárias, incluindo a Basileia III”, argumentou.

Fortalecimento na regulação do setor financeiro não bancário

O gerente-geral do BIS defendeu o fortalecimento das estruturas de supervisão e regulação do setor financeiro não bancário. Esse segmento inclui uma ampla gama de empresas, entre elas fundos de hedge e de pensões.

No discurso durante evento na Universidade de Frankfurt, Carstens alertou que eventos inesperados nessa área poderiam deflagrar crises sistêmicas.

Segundo ele, é preciso evitar a “nefasta arbitragem” entre atividades financeiras reguladas e não reguladas. “Além disso, a interconectividade do setor com o sistema bancário tradicional e a tendência da intermediação não bancária para gerar alavancagem opaca e excessiva e descasamentos substanciais de liquidez criam riscos sistêmicos”, comentou.

O economista mexicano lembrou que, nos últimos anos, alguns bancos centrais tiveram como agir como “credor de última instância” para mitigar crises e assegurar a confiança no setor financeiro.

“Como tais ações podem entrar em conflito com os interesses centrais do dos bancos para preservar a estabilidade de preços, maior regulação e supervisão do setor não bancário é indispensável”, disse ele.

Por André Marinho

Estadão Conteúdo

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