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Juros: espera pela agenda da semana limita oscilação e taxas ficam de lado

Os juros futuros começaram a semana de lado, na falta de um vetor mais forte a conduzir os negócios nesta segunda-feira e com os investidores esperando o desenrolar da agenda da semana para montar posições firmes. No fechamento, as taxas estavam perto dos níveis de ajustes da sexta-feira, com viés de baixa. A postura otimista demonstrada pelo presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, com relação à área fiscal, agradou ao investidor, embora sem impacto nos preços, tampouco o avanço dos Treasuries conseguir influenciar a curva doméstica.

A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2025 fechou em 9,920% (mínima), de 9,937% no ajuste de sexta-feira, e a do DI para janeiro de 2026 passou de 9,73% para 9,72% (mínima). O DI para janeiro de 2027 terminou com taxa de 9,92% (mínima), de 9,93% no ajuste anterior. O DI para janeiro de 2029 encerrou com taxa de 10,35%, de 10,37%.

Como as taxas fecharam a semana passada em baixa, havia espaço para alguma realização de lucros, ainda mais com a agenda do dia esvaziada e juros dos Treasuries em alta, mas o mercado preferiu se ater a operações pontuais. “O mercado está aguardando os eventos desta semana, também com muitos dados, para ter um direcional mais claro. E, no exterior, está difícil fazer qualquer aposta contra a ideia de que os juros nos Estados Unidos vão começar a cair só no meio do ano”, afirma o gerente de Renda Fixa e Distribuição de Fundos da Nova Futura Investimentos, André Alírio.

Entre os indicadores, o ponto alto é a divulgação do relatório de emprego americano na sexta-feira. Antes, porém, o presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, fala ao Congresso, na quarta e na quinta.

Com máximas vistas pela manhã, as taxas dos Treasuries subiram, com o mercado corrigindo parte da queda da semana passada e cautela com agenda da semana. O yield da T-Note de dez anos estava na casa de 4,22% no fim da tarde, ante 4,18% na sexta-feira.

No Brasil, as declarações de Campos Neto sobre a área fiscal, publicadas no fim de semana pela Folha de S.Paulo e reforçadas hoje em evento na Associação Comercial de São Paulo (ACSP) foram bem recebidas. Ao citar a diferença entre as previsões do mercado para o resultado primário, que apontam para um buraco de 0,8%, e a meta do governo de zerar o déficit, comentou que o governo tem condições de apresentar um número melhor do que o traçado por economistas.

“É uma voz de moderação na pressão fiscal. Essa avaliação suaviza o impacto de não se zerar o déficit. Se o governo conseguir entregar algo abaixo de 0,70%, já será interessante”, diz Alírio.

No Santander Brasil, relatório da equipe de Macroeconômica comandada por Ana Paula Vescovi aponta que investidores na Europa e Estados Unidos mantêm posições otimistas no País, mas vêm reduzindo alocação desde o fim de 2023, seja porque veem prêmios menores em relação ao ano passado, seja pelo cenário global de juros mais incerto.

“Essa redução nas posições provavelmente levou alguns fundos locais a realizarem movimentos similares, o que poderia ser outra razão por trás do fraco desempenho recente dos juros em comparação com o nosso cenário mais recente”, dizem. Para os profissionais, a curva “só precisa de um gatilho para ter desempenho melhor”, o que pode vir com o IPCA de março na próxima semana ou no caso de sinalização mais clara de corte de juros por parte do Fed.

Por Denise Abarca

Estadão Conteúdo

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