O dólar operou misto ante rivais, em uma sessão de agenda econômica agitada no exterior. Investidores avaliaram dados de inflação dos EUA e da Alemanha, além de comentários de autoridades dos BCs americano, japonês e europeu, em busca de melhores orientações para estimar qual será a trajetória de juros nas principais economias do mundo.
No fim da tarde em Nova York, o dólar recuava a 149,93 ienes, o euro tinha baixa a US$ 1,0812 e a libra caía a US$ 1,2625. O índice DXY, que mede o dólar ante uma cesta de moedas fortes registrou alta de 0,17%, a 104,156 pontos, com ganho mensal de 0,85% em fevereiro.
O iene já se valorizava contra o dólar desde o início do dia, após o dirigente do Banco do Japão (BoJ, na sigla em inglês) Hajime Takata defender que ele e seus colegas comecem a discutir os detalhes de um possível abandono da postura monetária ultra-acomodatícia.
O Commerzbank disse estar contando que o BoJ dê os primeiros passos nessa direção em breve, o que poderia beneficiar o iene. “No entanto, esperamos que a valorização tenha duração limitada. Como foi em 2000 e 2006, as primeiras altas de juros provavelmente sufocariam a inflação. E, então, não haverá maior normalização”, acrescentou.
A depreciação do dólar foi ampliada depois de uma bateria de dados mistos dos EUA sobre inflação, renda, gastos e emprego. Enquanto no Japão se fala em normalizar a política, nos EUA, pensa-se em cortes de juros. Os investidores ouviram as falas dos dirigentes do Federal Reserve (Fed) Raphael Bostic, Austan Goolsbee, Loretta Mester e Mary Daly, que, no geral, expressaram otimismo quanto ao alcançamento da meta de inflação, mas indicaram que a luta ainda não foi vencida.
A moeda europeia chegou a operar em alta contra o dólar durante parte do dia, mas terminou a sessão em baixa. Um driver que impôs pressão ao euro foi a taxa anual do índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês), que desacelerou ao menor nível desde meados de 2021 e ficou abaixo das expectativas. “Isso vai agradar as autoridades do Banco Central Europeu (BCE), mas esperamos que eles continuem cautelosos sobre relaxar a política cedo demais”, comentou a Capital Economics. Aqui no Brasil para a reunião ministerial do G20, o dirigente Fabio Panetta considerou que a “inflação está caindo rapidamente”.
Entre outros destaques, o dólar caía a 1,3573 dólar canadense, no horário citado, depois que o Produto Interno Bruto (PIB) do Canadá cresceu mais do que o esperado no quarto trimestre, o que apoiou a moeda local, embora com impulso limitado. A leitura anterior ainda foi revisada para uma queda menor do que a previamente informada.
Por Maria Lígia Barros
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