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Cenário externo segue como maior risco à estabilidade financeira, aponta pesquisa do BC

O Banco Central divulgou nesta quinta-feira, 29, o resultado da Pesquisa de Estabilidade Financeira (PEF), realizada trimestralmente junto às instituições do Sistema Financeiro Nacional (SFN). Na comparação com a pesquisa anterior, ainda que tenha havido leve queda, os riscos advindos do cenário internacional continuam como os mais importantes. O objetivo da PEF é captar a percepção das instituições financeiras sobre os principais riscos à estabilidade financeira no horizonte dos próximos três anos.

“Os riscos advindos do cenário internacional, apesar da queda relativamente à pesquisa anterior, continuam como os mais importantes, sendo sustentados, principalmente, por preocupações relacionadas a conflitos geopolíticos e com a inflação mais persistente levando a uma política monetária restritiva por mais tempo”, diz o documento.

A pesquisa também alerta que os riscos fiscais cresceram na margem, com destaque para preocupações com a estabilidade da dívida pública. Os riscos operacionais e regulatório cresceram neste trimestre. “Riscos operacionais se tornam cada vez mais relevantes em decorrência de crescentes preocupações com fraudes, ataques cibernéticos e riscos subjacentes à expansão da digitalização de atividades financeiras”, descreve a PEF.

Segundo o BC, o impacto esperado médio total ficou relativamente estável comparativamente à pesquisa anterior, considerando a queda da contribuição de riscos do cenário internacional e de inadimplência, e aumento da contribuição de riscos operacionais e regulatório.

Na parte da pesquisa sobre os ciclos econômico e financeiro, houve uma percepção mais positiva sobre o ciclo econômico, que reverteu a piora na pesquisa anterior. Neste trimestre, mais IFs avaliam que a economia está em recuperação, com redução dos que consideram o movimento de contração, que ainda são maioria. O documento também destaca que as percepções sobre o hiato da relação crédito/PIB continuam heterogêneas, com predomínio de avaliação de estabilidade, mas com aumento da avaliação de alta.

O grau de alavancagem de empresas e famílias é percebido como elevado, mas empresas têm tendência de estabilidade e famílias, de queda. “As condições financeiras, em geral, melhoraram, com destaque para o fortalecimento da percepção de tendência de alta na disposição das IFs para tomar risco e no preço de ativos em relação aos fundamentos da economia, além de avaliação positiva sobre o acesso a funding e meios de liquidez”, diz o documento.

O índice de confiança na estabilidade do SFN segue elevado e a maioria dos respondentes considera que o valor do Adicional Contracíclico de Capital Principal relativo ao Brasil (ACCPBrasil) deve ser mantido.

Por Fernanda Trisotto

Estadão Conteúdo

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