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Caixa tem lucro recorrente de R$ 2,9 bilhões no 4º trimestre, alta de 40,5% em um ano

A Caixa Econômica Federal encerrou o quarto trimestre de 2023 com lucro líquido recorrente de R$ 2,869 bilhões, valor 40,5% maior que o do mesmo período do ano anterior. Pelo critério contábil, que inclui efeitos não recorrentes, o resultado do banco público no período foi de R$ 3,975 bilhões, alta de 82,7% em um ano.

No ano de 2023, o lucro da Caixa subiu 15,5% pelo critério recorrente, para R$ 10,626 bilhões. O ano foi de recordes para o banco: ao longo de 2023, a Caixa registrou R$ 544,3 bilhões em contratações de crédito, crescimento de 6,8% em relação a 2022 e o maior patamar da história. No quarto trimestre, a concessão foi 13,5% maior que a do mesmo período de 2022, chegando a R$ 140,6 bilhões.

O último trimestre do ano retrasado foi de desaceleração na Caixa, que teve de reduzir o ritmo após estourar o orçamento de crédito para o ano em meio às eleições presidenciais de 2022, em que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) acabou sendo derrotado. Além de reduzir o ímpeto, o banco buscou reforçar a captação de recursos para manter a resiliência do balanço.

Com as captações resolvidas e a troca de governo, a Caixa voltou a conceder crédito com maior velocidade. A carteira do banco cresceu 10,6% em um ano, chegando a R$ 1,119 trilhão no final de 2023, puxada pelas altas de 14,6% no crédito imobiliário e de 27,3% no crédito para o agronegócio.

O retorno sobre o patrimônio líquido (ROE, na sigla em inglês) do banco foi de 8,5% no quarto trimestre, alta de 0,6 ponto porcentual em um ano. O patrimônio líquido da Caixa somava R$ 128,5 bilhões no final de dezembro, crescimento de 4,8% em relação a dezembro de 2022. Os ativos, por sua vez, chegaram a R$ 1,8 trilhão, alta de 15,2% em um ano.

A margem financeira bruta do banco, que reflete os ganhos com operações que rendem juros, foi de R$ 17,532 bilhões, alta de 17,1% em um ano. Houve um crescimento de 3,4% nas receitas com as operações de crédito, que foram de R$ 30,4 bilhões no trimestre. Para chegar à margem, a Caixa desconta do total o custo da intermediação financeira, o que inclui em especial os custos de captação.

As despesas de intermediação aumentaram 4,6% em um ano, em especial graças ao aumento de 180,4% nos custos com recursos de emissões de títulos e valores mobiliários. Ao todo, os depósitos de clientes chegaram a R$ 714,074 bilhões, um crescimento de 18,6%, puxado por depósitos a prazo e letras, que têm custo de captação maior.

Se considerados os fundos administrados pelo banco, como o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), o ativo total da Caixa subiu a R$ 3,214 trilhões, alta de 11,5% em um ano.

Por Matheus Piovesana

Estadão Conteúdo

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