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BNDES e Gfanz assinam carta de intenção para criar plataforma de projetos de descarbonização

O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Aloizio Mercadante, e o copresidente da Glasgow Financial Alliance for Net Zero (Gfanz) e enviado especial da ONU para Ação Climática e Finanças, Mark Carney, assinaram na tarde desta segunda-feira, 26, uma carta de intenção para criar uma plataforma para projetos de descarbonização no Brasil. O objetivo é conectar iniciativas com esse propósito no País com fontes de recursos e financiamento no exterior.

“O Brasil poderá dar grandes lições para o mundo. Tem condições de ser um dos líderes globais no processo de descarbonização”, disse Carney. Ele afirmou que muitos países sequer têm um plano de economia verde. Já o Brasil tem o “ambicioso” Plano de Transformação Ecológica (PTE), além de dimensões recursos naturais, destacou Carney.

O copresidente da Gfanz pontuou que a Indonésia e o Vietnã têm projetos de descarbonização, mas não tão amplos como o PTE. As iniciativas dos dois países do Sudeste Asiático são focados na transição energética, especialmente na redução do uso de carvão como fonte de energia. “O Brasil está trabalhando na expansão da energia renovável”, disse Carney, destacando que a matriz de energia brasileira já é bastante limpa.

Carney pontuou que é crítica a liderança do Brasil no processo do financiamento climática porque apenas 6% dos recursos globais destinados para combater as mudanças climáticas foram destinados para a América Latina. China, União Europeia e Estados Unidos foram os principais destinos dos US$ 1,3 trilhão de dólares há dois anos e dos US$ 1,8 trilhão no ano passado.

“A plataforma vai dar mais visibilidade para os projetos de descarbonização brasileiros em busca de financiamento”, disse Mercadante. Ele explicou que dois grandes temas estão no radar do banco: transição energética e restauração florestal.

Os estudos do BNDES e da Gfanz para a criação da plataforma começam com a assinatura do memorando nesta segunda-feira, mas não há um prazo já definido para a ferramenta já estar operando nem detalhes técnicos sobre como irá funcionar.

Por Karla Spotorno

Estadão Conteúdo

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