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Crédito imobiliário deve crescer 3% em 2024, para R$ 259 bi, projeta Abecip

A Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip) estima que o crédito imobiliário deve crescer 3% neste ano em relação a 2023, chegando a R$ 259 bilhões em concessões. Se confirmado, será o melhor ano para o financiamento imobiliário no País em toda a série histórica, superando os R$ 255 bilhões emprestados em 2021.

Este crescimento deve ser novamente sustentado pelas linhas com recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), que a Abecip estima que terão concessões 8% maiores que no ano passado, chegando a R$ 106 bilhões.

Os números incluem tanto a linha pró-cotista, oferecida a trabalhadores formais, quanto o Minha Casa Minha Vida, programa habitacional do governo federal, com recursos subsidiados.

Por outro lado, o crédito via Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE), que inclui a caderneta de poupança, deve ficar estável, em R$ 153 bilhões. Estas linhas têm sido pressionadas tanto pelos juros mais altos quanto pela saída de recursos das cadernetas de poupança, que ano passado foi superior a R$ 70 bilhões.

O presidente da Abecip, Sandro Gamba, afirmou que neste ano o crédito deve ter o impulso de linhas concedidas para a construção de empreendimentos, dado que os estoques do mercado caíram no ano passado.

“Temos informação de entregas relevantes do setor em 2024”, disse ele, durante coletiva de imprensa.

Preços

O presidente da Abecip afirmou ainda que há mais espaço neste ano para que os preços de imóveis subam. Além de a inflação estar menor, o que aumenta a renda disponível do mutuário final, o estoque do setor está mais baixo.

“Em um ambiente de estoque baixo, a discussão dos preços de imóveis fica mais remota”, comentou ele. “A situação de estoque baixo e inflação baixa permite um incremento de preços.”

O presidente da Abecip destacou que no ano passado, o setor de construção reduziu os estoques de imóveis nos empreendimentos, com um menor volume de lançamentos. Deste modo, os empreendimentos que estão sendo entregues ao longo dos últimos meses e que serão concluídos nos próximos têm uma quantidade baixa de unidades ainda não vendidas.

Gamba afirmou que o financiamento à produção neste ano dependerá do volume de lançamentos que o mercado fará. “Temos condições de atender à demanda do mercado. O mercado tendo um crescimento em relação aos anos anteriores, vamos dar suporte”, disse ele.

Por Matheus Piovesana

Estadão Conteúdo

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