Categories: Empresas

Reoneração da folha traz insegurança jurídica e é inconstitucional, diz FecomercioSP

A FecomercioSP, entidade que representa os setores de comércio, serviços e turismo em São Paulo, engrossou nesta sexta-feira, 5, o coro do empresariado contra a Medida Provisória (MP), editada há uma semana, que restabelece gradualmente a contribuição patronal sobre os salários.

Segundo a associação, a medida, além de gerar insegurança jurídica e custos para as empresas, é inconstitucional. Defendendo como solução ao déficit das contas públicas medidas de controle das despesas, a entidade pede que o Congresso rejeite sumariamente a MP e a devolva ao Executivo.

A FecomercioSP aponta impactos sobre a geração de empregos e limitações no planejamento tributário das empresas a partir da decisão do governo, com efeito a partir de 1º de abril, de reonerar parcialmente a folha de pagamentos.

A medida, sustenta a FecomercioSP, traz imprevisibilidade e revoga uma decisão tomada com ampla margem de votos no Congresso, “ofendendo claramente o princípio da separação dos poderes”.

“A FecomercioSP atuará junto ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, e às várias lideranças partidárias do Legislativo reforçando o impacto negativo da Medida Provisória sobre o setor produtivo”, informa a entidade em nota contra a reoneração da folha de pagamentos.

A federação considera ainda que a MP é inadequada por ter sido editada sem diálogo com o setor produtivo, afetado pelas mudanças. Frisa ainda que os impactos serão ainda mais graves no setor de eventos, cuja isenção de impostos, concedida na pandemia, será gradualmente retirada até o fim do ano que vem.

Por fim, a FecomercioSP diz ser também “preocupante” o limite fixado pela MP às compensações tributárias. Segundo a entidade, a medida viola o direito reconhecido pela Justiça de as empresas obterem compensações sem nenhum tipo de entrave.

“A medida vai contra a Constituição Federal, além do mais, porque esse tipo de mudança só poderia ser realizado por meio de Lei Complementar”, argumenta a entidade.

Por Eduardo Laguna

Estadão Conteúdo

Recent Posts

Latam amplia em 12% voos no Brasil em 2025, com quatro novas rotas domésticas

A Latam vai operar 348 voos domésticos por dia no Brasil em 2025, 12% a…

11 horas ago

ANP aprova acordo de cooperação com Serpro no âmbito do RenovaBio

A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) aprovou um acordo de cooperação…

11 horas ago

Correção: Lula faz evento para tornar oficial programa de repactuações de rodovias

A matéria publicada anteriormente continha uma incorreção sobre a nome da concessionária do trecho da…

13 horas ago

Brasil vive momento histórico sobre concessões, com melhor entendimento público, diz Lula

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, afirmou que o País vive um…

15 horas ago

Renan Filho: governo analisa 4 repactuações de rodovias, encaminhou 8 para o TCU e reprovou 2

O ministro dos Transportes, Renan Filho, apresentou o balanço dos trabalhos que compõem o "Programa…

16 horas ago

Claro lança oferta de celular para fisgar público que ainda não aderiu ao 5G

A Claro fechou parceria com a Motorola para lançar uma oferta de celular 5G com…

16 horas ago