O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) informou que registrará recorde de aprovações e desembolsos para a área de infraestrutura neste ano, em valores nominais, de toda a série histórica, iniciada em 1995. O banco estima que as aprovações para transportes, logística, mobilidade e saneamento encerrem 2023 em R$ 37,5 bilhões, alta de 8,4% em relação a 2022, enquanto os desembolsos somariam R$ 23,9 bilhões, aumento de 115%.
Em 2023, foram aprovadas ainda 51 operações com foco em transição energética e clima, totalizando R$ 19,6 bilhões, uma elevação de 62% em relação a essa modalidade no ano passado. O volume desembolsado somava R$ 11,7 bilhões até o último dia 22 de dezembro.
Parte das operações foi estruturada na modalidade project finance. O banco de fomento declarou que assumiu mais riscos de projeto, viabilizando o apoio em casos que demandam elevados volumes de investimento, graças ao aperfeiçoamento da política de crédito e garantias, “que ampliou a flexibilidade operacional e o apetite a risco”. O BNDES destacou ainda que aproximadamente metade das operações aprovadas teve apoio via debêntures.
“Após as fraudes das Americanas, houve um forte comportamento defensivo dos bancos privados e, simultaneamente, uma redução drástica das emissões de instrumentos de mercados de capitais. Nesse contexto, o BNDES participou de emissões relevantes, desempenhando seu papel de banco de desenvolvimento e contribuindo para viabilizar os investimentos”, justificou o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, em nota oficial.
Em comunicado, o banco relembrou sua participação em duas grandes operações de debêntures de infraestrutura para saneamento: a emissão de R$ 3,8 bilhões da Iguá Rio, dos quais o BNDES subscreveu R$ 1,8 bilhão, e a emissão de R$ 5,5 bilhões da Águas do Rio, com subscrição de R$ 1,9 bilhão pela instituição de fomento.
Para mobilidade urbana, foram aprovados R$ 15 bilhões em operações, incluindo o apoio de R$ 10 bilhões ao Plano de Investimentos de Mobilidade do Estado de São Paulo (projeto incluído no Novo PAC) e de R$ 2,5 bilhões para a operação de eletrificação de frota do município de São Paulo, na primeira operação da linha BNDES Finame Direto para entes públicos.
No segmento de rodovias, a operação com a CCR Viasul somou R$ 1,45 bilhão, dos quais R$ 900 milhões em subscrição de debêntures e R$ 550 milhões financiados pelo BNDES Finem; e a da Rumo S.A. teve subscrição de R$ 750 milhões em debêntures para apoiar os investimentos na Malha Paulista, com emissão total de R$ 1,5 bilhão.
Em transição energética e clima, a implantação da usina termelétrica Novo Tempo, em Barcarena, no Pará, terá financiamento de R$ 1,8 bilhão, e a usina de biometano da Bioo Holding S.A., em Triunfo, no Rio Grande do Sul, totalizará R$ 157 milhões em financiamento.
Por Daniela Amorim
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