Categories: Empresas

Abranet diz esperar que CMN decida sobre cartão mantendo mecanismos do livre mercado

A Associação Brasileira de Internet (Abranet), que reúne empresas como PagBank (ex-PagSeguro) e Mercado Pago, afirma que espera que o Conselho Monetário Nacional (CMN) mantenha mecanismos de livre mercado e da livre competição ao analisar a regulação dos cartões de crédito, em reunião que acontece nesta quinta-feira.

“A Abranet, cujas empresas associadas representam 10% dos cartões emitidos e cerca de 20% do volume movimentado pelas maquininhas de cartão, informa que participou ativamente das discussões referentes à autorregulação prevista na Lei do Desenrola sobre o rotativo do cartão de crédito, sempre com o objetivo de ser parte da solução e tem confiança de que o CMN decidirá da melhor forma, priorizando os interesses da população brasileira e a redução dos juros”, diz a entidade, em nota.

O órgão, formado pelo presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e pela ministra do Planejamento, Simone Tebet, se debruçará nesta quinta-feira sobre propostas do setor financeiro para reduzir os juros do crédito rotativo. Uma das propostas, cujo teor foi antecipado pela Coluna do Broadcast em novembro, foi enviada pela Abranet.

O CMN tratará do tema seguindo determinação da lei do Desenrola, aprovada em outubro. A legislação prevê que o órgão colegiado aprove até o final deste ano uma proposta de autorregulação do setor financeiro para reduzir os juros do crédito rotativo, que hoje superam os 400% ao ano. Sem a aprovação, passaria a valer um teto de 100% do valor da dívida original para a cobrança dos juros da modalidade e do parcelamento de faturas.

As discussões sobre o tema aconteceram ao longo deste ano, mas não houve consenso no setor porque os grandes bancos privados e fintechs e empresas independentes de maquininhas discordam sobre a raiz do problema.

Os bancos e a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) argumentam que o rotativo subsidia o parcelamento de compras sem juros nos cartões, e que para reduzir as taxas, é preciso limitar o parcelado. Os demais agentes rejeitam essa tese e afirmam que os bancos tentam emplacar uma pauta “anticoncorrencial”.

Diante da falta de consenso, o Conselho deve se ater à regulamentação do teto, sem tocar no tema do parcelado. Como mostrou o Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado) na segunda, essa discussão deve ser retomada ano que vem, provavelmente através de uma consulta pública do Banco Central.

Por Matheus Piovesana

Estadão Conteúdo

Recent Posts

Latam amplia em 12% voos no Brasil em 2025, com quatro novas rotas domésticas

A Latam vai operar 348 voos domésticos por dia no Brasil em 2025, 12% a…

5 horas ago

ANP aprova acordo de cooperação com Serpro no âmbito do RenovaBio

A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) aprovou um acordo de cooperação…

5 horas ago

Correção: Lula faz evento para tornar oficial programa de repactuações de rodovias

A matéria publicada anteriormente continha uma incorreção sobre a nome da concessionária do trecho da…

7 horas ago

Brasil vive momento histórico sobre concessões, com melhor entendimento público, diz Lula

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, afirmou que o País vive um…

9 horas ago

Renan Filho: governo analisa 4 repactuações de rodovias, encaminhou 8 para o TCU e reprovou 2

O ministro dos Transportes, Renan Filho, apresentou o balanço dos trabalhos que compõem o "Programa…

9 horas ago

Claro lança oferta de celular para fisgar público que ainda não aderiu ao 5G

A Claro fechou parceria com a Motorola para lançar uma oferta de celular 5G com…

10 horas ago