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Produção de cloro no Brasil recua 1,7% de janeiro a agosto, mostra Abiclor

A produção brasileira de cloro de janeiro a agosto de 2023 somou 684,7 mil toneladas, o que representa um recuo de 1,7% na comparação com o mesmo período do ano anterior. Já a produção de soda cáustica, realizada em paralelo à do cloro, foi de 751,6 mil toneladas, um volume 1,6% menor que o registrado no mesmo período em 2022. Os dados são da Associação Brasileira da Indústria de Álcalis, Cloro e Derivados (Abiclor).

A entidade, que representa 98% das indústrias brasileiras do setor, aponta que o consumo de cloro no acumulado até agosto foi de 621,7 mil toneladas, valor 1,9% menor no comparativo com o mesmo intervalo do ano anterior. O produto foi utilizado principalmente para a produção de dicloroetano (DCE), ácido clorídrico e hipoclorito de sódio. Os três compostos atendem a diversos fins, entre eles, limpeza e desinfecção.

As vendas internas de soda cáustica no acumulado até agosto somaram 662,2 mil toneladas para a atividade industrial, o que representa uma alta de 1,8% ante o mesmo intervalo de 2022. O produto atendeu aos setores de papel e celulose, químico, revenda, sabão e detergentes, alumínio, siderurgia, alimentos e bebidas.

Com relação às vendas de soda cáustica para uso cativo – quando o material é utilizado pelo próprio setor para produzir outros produtos químicos – no acumulado até agosto de 2023, o total foi de 86,2 mil toneladas, com foco em atender à geração de hipoclorito de sódio (usado como desinfetante) e salmoura, entre outros.

A taxa de utilização da capacidade instalada acumulada de janeiro a agosto foi de 71,8%. Considerando apenas o mês de agosto, o indicador foi de 65,2%. O presidente-executivo da Abiclor, Milton Rego, avalia que o desempenho do setor tem apresentado níveis baixos.

“O fraco desempenho do nosso setor reflete, por um lado, o fraco desempenho do setor de construção civil, que consome produtos que levam cloro na sua composição e foi pressionado por juros elevados e poucos lançamentos. Por outro lado, a indústria química em geral, que é uma grande consumidora de insumos produzidos pelo setor de cloro-álcalis, está sendo duramente afetada pelas importações de produtos”, afirmou Milton.

O setor de cloro-álcalis tem forte importância para o saneamento básico, sobretudo o tratamento de água e esgoto. Também é considerado relevante para as indústrias de celulose, alumínio e petróleo.

De acordo com a Abiclor, a cadeia de cloro-álcalis representa 1,1% do valor adicionado do PIB nacional. De 2017 a 2021, o setor recebeu R$ 3 bilhões de investimento privado das empresas produtoras e a expectativa é que o montante recebido de 2022 a 2025 seja um investimento total de R$ 5 bilhões.

Por Jorge Barbosa

Estadão Conteúdo

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