O Banco do Brasil (BB) registrou lucro líquido ajustado de R$ 8,785 bilhões no terceiro trimestre deste ano, um aumento de 4,5% em relação ao mesmo período do ano passado. Em relação ao segundo trimestre de 2023, o resultado ficou estável, de acordo com balanço divulgado nesta quarta-feira, 8.
O resultado do BB foi impulsionado pela maior receita com crédito e pelo relativo controle das despesas, o que se refletiu em uma maior eficiência. Entretanto, não avançou mais devido aos efeitos da recuperação judicial da Americanas.
No trimestre, o banco público teve de elevar as provisões contra a inadimplência da companhia diante de um atraso no acordo entre a rede varejista e os credores. Sem citar a Americanas nominalmente, o BB afirma que fez mais R$ 507,4 milhões em provisões, e que agora, toda a exposição que tem à empresa está coberta.
Ainda assim, o banco expandiu as operações em outros segmentos. A carteira do BB cresceu 10% em um ano, para R$ 1,066 trilhão. As operações que mais cresceram foram as destinadas ao agronegócio, com alta de 18,9% no mesmo período. Cerca de um terço da carteira da instituição é destinada ao segmento, que historicamente tem inadimplência mais baixa.
Em setembro, a inadimplência da carteira do banco era de 2,8%, pelo critério de atrasos acima de 90 dias, alta de 0,4 ponto porcentual em um ano, e de 0,1 ponto em três meses. O indicador também foi afetado pelo caso Americanas.
A margem financeira, que mede o resultado com operações que rendem juros, foi de R$ 23,680 bilhões, crescimento de 21,1% em um ano puxada pelo crédito. A margem com clientes foi de R$ 20,506 bilhões, 8,4% maior que no mesmo intervalo de 2022, e 2,3% maior em três meses.
Já o resultado da tesouraria foi de R$ 3,174 bilhões, uma expansão de quase seis vezes em um ano, e de 11,8% em um trimestre. O banco tem apresentado resultado mais forte nessa frente que os pares do setor privado, graças a posições de mercado majoritariamente pós-fixadas, ou seja, que variam junto com as flutuações dos juros.
As receitas do BB com serviços, que incluem produtos como conta corrente e administração de fundos, tiveram alta de 1,7% no comparativo anual, para R$ 8,670 bilhões, o que, de acordo com o banco, decorre de um melhor desempenho em seguros, principalmente.
O BB encerrou setembro com R$ 2,248 trilhões em ativos, um aumento de 4,8% em relação ao mesmo período do ano passado, e de 6,9% em três meses. O patrimônio líquido ficou em R$ 170,511 bilhões, alta de 8% em um ano, e de 1,7% em um trimestre.
O retorno sobre o patrimônio líquido (ROE, na sigla em inglês) ajustado foi a 21,3%, baixa de 0,6 p.p. em base anual, mas quase estável em três meses.
Por Matheus Piovesana
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