Categories: Empresas

TCU aponta possíveis irregularidades na política de preços da Petrobras entre 2011 e 2015

O Tribunal de Contas da União (TCU) apontou possíveis “graves” irregularidades nas políticas de reajuste de preços de gasolina e óleo diesel adotadas pela Petrobras entre 2011 e 2015, durante a gestão da ex-presidente da República Dilma Rousseff. Frente à conclusão da área técnica, o órgão fiscalizador decidiu por realizar audiências com membros que integraram a diretoria executiva da estatal neste período e determinar a análise das políticas adotadas pela empresa entre 2019 e 2023.

A área técnica do TCU se debruçou sobre a avaliação de impactos relativos à gestão das diversas políticas de preços de combustíveis que valeram entre 2002 e 2019, assim como sobre a análise da responsabilidade dos administrativos da companhia por eventuais condutas ilegais.

De acordo com o voto lido pelo relator, ministro Aroldo Cedraz, nesta quarta-feira, 25, não foram identificados indícios de irregularidades nos períodos de 2002 a 2010 e de 2016 a 2019. “O mesmo, entretanto, não pode ser dito em relação ao interstício de 2011 a 2015, em que se apontam a ocorrência de possíveis graves irregularidades praticadas sobretudo entre setembro de 2012 e outubro de 2014”, disse.

Ainda, afirmou que a situação à época em relação à política de preço levou ao rebaixamento do rating em mais de uma ocasião entre 2013 e 2015, com escalada contínua da dívida líquida da empresa.

“Esse contexto empresarial conduz à inequívoca conclusão de que as escolhas feitas no bojo da política de preços de combustíveis da Petrobras à época, consideradas as decisões empresariais de investimento feitas por meio dos Planos de Negócios e Gestão, contribuíram para levar a Companhia a uma situação de insustentabilidade econômico-financeira, com real ameaça à sua perenidade e à sua lógica empresarial.”

Política atual

O plenário também seguiu a orientação de Cedraz para que a área técnica analise as políticas de preços atuais da Petrobras, no período de 2019 a 2023.

Ao autorizar todas as diligências e inspeções necessárias, o ministro afirmou que “causa espécie que, atualmente, a companhia se aparte novamente de fundamentos estritamente empresariais e assuma precificação de combustíveis casuística, a qual poderá resultar, uma vez mais, nos graves problemas ocorridos entre 2011 e 2015”.

Por Marlla Sabino

Estadão Conteúdo

Recent Posts

Latam amplia em 12% voos no Brasil em 2025, com quatro novas rotas domésticas

A Latam vai operar 348 voos domésticos por dia no Brasil em 2025, 12% a…

13 horas ago

ANP aprova acordo de cooperação com Serpro no âmbito do RenovaBio

A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) aprovou um acordo de cooperação…

13 horas ago

Correção: Lula faz evento para tornar oficial programa de repactuações de rodovias

A matéria publicada anteriormente continha uma incorreção sobre a nome da concessionária do trecho da…

15 horas ago

Brasil vive momento histórico sobre concessões, com melhor entendimento público, diz Lula

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, afirmou que o País vive um…

16 horas ago

Renan Filho: governo analisa 4 repactuações de rodovias, encaminhou 8 para o TCU e reprovou 2

O ministro dos Transportes, Renan Filho, apresentou o balanço dos trabalhos que compõem o "Programa…

17 horas ago

Claro lança oferta de celular para fisgar público que ainda não aderiu ao 5G

A Claro fechou parceria com a Motorola para lançar uma oferta de celular 5G com…

17 horas ago