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Anapetro e FUP entram com denúncia na CVM contra conselheiro da Petrobras por manipulação

A Associação Nacional dos Petroleiros Acionistas Minoritários da Petrobras (Anapetro) e a Federação Única dos Petroleiros (FUP), representadas pela Advocacia Garcez, ingressaram nesta quarta-feira, 25, com denúncia na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) para apuração de possível prática de indução de mercado pelo conselheiro da estatal Marcelo Gasparino, após a solicitação de revisão estatutária da Petrobras.

O Conselho de Administração votou e aprovou – em reunião no dia 20 e divulgada em 23 de outubro – solicitação da diretoria para, entre outros itens, adequar o estatuto da companhia à decisão proferida pelo Supremo Tribunal Federal (STF), na esteira da Ação Direta de Inconstitucionalidade 7.331-DF analisada pelo então ministro Ricardo Lewandowski, que classificou algumas exigências para a contratação de administradores pela empresa como inconstitucionais.

A proposta de revisão estatutária provocou uma queda de 6,5% no valor das ações da Petrobras no dia 24 de outubro, uma perda de valor de mercado de R$ 32 bilhões.

Distorção

De acordo com a FUP, o conselheiro Marcelo Gasparino divulgou nas redes sociais versão distorcida dos fatos, principalmente quanto às reservas estatutárias e a flexibilização de regras de governança na análise de indicados para o Conselho de Administração e diretoria, o que teria acentuado a queda do papel.

A FUP esclareceu em nota, que das 10 empresas com maior valor de mercado na B3, oito (Bradesco, Ambev, Vale, BB, Itaú, BTG, Itaúsa e Santander) possuem o mesmo tipo de reserva proposto pela diretoria, exceto Petrobras e WEG, o que se buscou corrigir, defende a entidade.

Além disso, argumenta a FUP, a regra do estatuto da Petrobras estava em desacordo com o STF e a CVM, conforme parecer da PFE-CVM no âmbito do processo nº 19957.007469/2023-0.

“Dessa forma, diante das sérias evidências de que o mercado foi induzido a erro pela publicação do ilustre conselheiro, a Anapetro protocolou denúncia junto à CVM para que, através dos meios legais, técnicos e institucionais, se questione, bem como proceda à abertura de inquérito, a fim de investigar a conduta do conselheiro Marcelo Gasparino”, informou a FUP em nota.

Por Denise Luna

Estadão Conteúdo

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