Questionado por executivos do setor automotivo sobre a importância de programas de incentivo para a venda de carros e para a renovação da frota de ônibus e caminhões, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse nesta quinta-feira, 19, acreditar que as soluções privadas são sempre melhores que as públicas. Além disso, segundo ele, programas que mirem a venda de automóveis mais caros podem ser mais interessantes para as fábricas, mas são menos eficientes.
“Eu acredito sempre no mercado. Temos alguns momentos em que precisamos incentivar mudanças estruturais, e o governo tem um papel importante. No caso de automóveis, sempre penso no cálculo da elasticidade, ou seja, em qual tipo de carro eu terei maior efeito se diminuir o preço. Se eu vender mais unidades, eu consigo motivar a cadeia em volta e consigo um retorno de arrecadação logo após”, afirmou Campos Neto, em palestra no 7º Encontro Regional da Fenabrave Mato Grosso, em Cuiabá.
Sobre o custo dos financiamentos automotivos, Campos Neto lembrou que o Banco Central controla apenas o juro de 1 dia por meio da Selic.
“Todo juro de um dia para frente depende de vocês quererem emprestar dinheiro para o governo e a que taxa. Todo o resto da curva é determinado pela relação entre risco e retorno. Precisamos fazer uma queda de juros credibilidade para se perpetuar ao longo do tempo”, completou o presidente do BC.
Por Eduardo Rodrigues e Marianna Gualter
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