Categories: Economia

STF reconhece direito à licença-paternidade e manda Congresso regulamentar

O Supremo Tribunal Federal (STF) reconheceu nesta sexta-feira, 29, o direito à licença-paternidade e determinou que o Congresso Nacional elabore uma lei para regulamentar o benefício em até 18 meses.

A maioria dos ministros entende que a falta de uma legislação sobre o tema configura ‘omissão’ do Poder Legislativo.

“É de reconhecer-se a seriedade e importância da proteção à família e à infância como uma responsabilidade conjunta de homens e mulheres. Nesse contexto, os direitos fundamentais sociais à licença-maternidade e à licença-paternidade não podem ser considerados como benefícios da mãe ou do pai, porque, em sua essência, são direitos de toda a comunidade social”, argumentou o ministro Edson Fachin.

Os ministros ainda precisam decidir uma regra de transição para valer até a edição da lei. No momento, desponta a proposta para equiparar a licença-paternidade à licença-maternidade.

O julgamento está em curso no plenário virtual. A ação foi proposta pela Confederação Nacional dos Trabalhadores na Saúde (CNTS).

Até o momento, os ministros Edson Fachin, Cármen Lúcia, Rosa Weber, Luís Roberto Barroso, Dias Toffoli e Gilmar Mendes votaram a favor da edição da lei.

O argumento principal é que o direito à licença-paternidade está previsto na Constituição de 1988, mas ainda não foi implementado por falta de regulamentação do Congresso.

“O efeito dirigente dos direitos fundamentais impõe que exista um esforço coletivo por partes dos agentes políticos e públicos, vinculados a todas as funções de poder, no sentido de concretizar e potencializar a eficácia das normas constitucionais, especialmente quando expressamente reconhecidas pelo legislador constituinte originário como direitos fundamentais”, diz outro trecho do voto de Fachin, que inaugurou a corrente majoritária.

Os ministros também defenderam que a decisão é importante para equiparar o tratamento dispensado a homens e mulheres no mercado de trabalho.

Alexandre de Moraes votou para rejeitar a ação, acompanhando o voto que o ministro Marco Aurélio deixou antes de se aposentar.

Por Rayssa Motta

Estadão Conteúdo

Recent Posts

Trump manifesta interesse em visitar a China após posse

O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, disse a assessores que pretende viajar para…

20 minutos ago

Presidente destituído da Coreia do Sul é formalmente preso

A Justiça da Coreia do Sul ordenou, formalmente, a prisão do presidente destituído Yoon Suk…

2 horas ago

Moradores protestam por mais segurança após morte de delegado na Zona Sul de SP

Moradores do bairro Chácara Santo Antônio, na Zona Sul de São Paulo, protestaram neste sábado,…

2 horas ago

Erika Hilton adota mesmo modelo de vídeo de Nikolas Ferreira para defender fiscalização do Pix

A deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP) publicou neste sábado, 18, um vídeo no mesmo tom…

2 horas ago

Telefónica nomeia Marc Murtra como presidente executivo no lugar de Álvarez-Pallete

O conglomerado espanhol de telecomunicações Telefónica aprovou a nomeação de Marc Thomas Murtra Millar, como…

2 horas ago

Inmet emite alerta laranja para chuvas intensas em SP e mais 9 Estados

O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) emitiu um alerta laranja para perigo de chuvas intensas…

3 horas ago