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Oi tem prejuízo líquido de R$ 845 mi no 2º trimestre, 70% maior que o registrado um ano antes

A Oi, em recuperação judicial, fechou o segundo trimestre de 2023 com um prejuízo líquido consolidado de R$ 845 milhões. A perda foi 70% maior do que no segundo trimestre de 2022, quando o prejuízo totalizou R$ 497 milhões.

O Ebitda (lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização) de rotina atingiu R$ 133 milhões, recuo de 65,8% na mesma base de comparação anual. Nesse critério, são excluídos efeitos não recorrentes.

A receita líquida consolidada totalizou R$ 2,454 bilhões, queda de 11,4%. Já os custos e despesas operacionais da Oi foram de R$ 2,321 bilhões, corte de 2,5%.

O resultado financeiro (saldo entre receitas e despesas financeiras) gerou uma despesa de R$ 565 milhões, que foi 82% menor na mesma base de comparação anual.

O crescimento do prejuízo da Oi está relacionado à perda de receita após a venda da sua rede móvel no passado. Além disso, a alienação das redes de fibra implicou no pagamento de aluguel pelo uso dessa infraestrutura.

A Oi apontou ainda que o resultado foi impactado pelas despesas crescentes para manutenção da operação legada de telefonia fixa, cujas receitas vêm desacelerando mais rapidamente que os custos.

Vale lembrar ainda que o balanço do segundo trimestre do ano passado contou com a receita da venda de ativos, distorcendo a comparação do resultado líquido.

Pelo lado positivo, a Oi destacou que a sua receita, excluindo as operações legadas, cresceram 10,5%, para R$ 1,918 bilhão, puxada pela Oi Fibra (alta de 15,3%) e pela Oi Soluções (alta de 2,8%).

Os investimentos totalizaram R$ 265 milhões, recuo de 75%, por conta da venda de ativos. A maior parte dos investimentos foi para a Oi Fibra. Ainda assim, a companhia reportou que o seu fluxo de caixa operacional ficou negativo em R$ 134 milhões no trimestre.

A companhia chegou ao fim do segundo trimestre com uma posição de caixa de R$ 2,550 bilhões, baixa de 49,3%. A dívida líquida chegou a R$ 21,2 bilhões, alta de 31,5%.

A elevação da dívida se deu, principalmente, pelo recebimento da primeira tranche do financiamento DIP, no montante de US$ 200 milhões. O peso da dívida foi atenuado pelo impacto positivo da variação cambial – a dívida em moeda estrangeira era de 67,1% do total.

Por Circe Bonatelli

Estadão Conteúdo

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