A Companhia Brasileira de Alumínio (CBA) registrou R$ 50 milhões de prejuízo líquido no segundo trimestre de 2023, de acordo com balanço publicado nesta segunda-feira, 7. O resultado representa uma reversão frente ao lucro de R$ 511 milhões apurado no mesmo intervalo de 2022.
Já o Ebitda ajustado da CBA foi de R$ 74 milhões no mesmo período, o que representa uma queda de 88% ante o mesmo intervalo do ano anterior e recuo de 11% na comparação trimestral.
A margem Ebitda permaneceu estável no período, registrando 4%, o mesmo porcentual ante os três primeiros meses do ano. Por outro lado, o valor é menor na comparação com o 27% de margem apurada no segundo trimestre de 2022.
Quanto à receita líquida, a empresa somou R$ R$ 1,665 bilhão, o valor é 29% menor na comparação anual e 13% inferior ante os três primeiros meses de 2023.
Momento de mercado desafiador
O presidente da CBA, Luciano Alves, afirmou em entrevista ao Broadcast que a empresa enfrentou um momento desafiador no segundo trimestre do ponto de vista de mercado, principalmente em função do baixo patamar de preços que a tonelada de alumínio registrou no período, ao mesmo tempo em que o nível de custos permaneceu em um patamar elevado.
Alves destacou que a tonelada do alumínio encerrou o segundo trimestre com US$ 2258 no índice de referência da London Metal Exchange (LME), número 20% menor ante um ano, quando o preço do metal se elevou sob influência da guerra entre Rússia e Ucrânia, e 6% menor na comparação trimestral.
O custo do produto vendido (CPV), por sua vez, foi de R$ 1,638 bilhão, queda de 2% na comparação anual e recuo de 11% na relação trimestral. “Podemos concluir que, no patamar atual, os preços das commodities não estão remunerando a indústria de maneira adequada. Isso também provoca um reflexo no nosso resultado financeiro”, afirmou Alves.
Outro ponto que influenciou os resultados, segundo o executivo, foi uma instabilidade operacional das salas fornos que persiste desde o primeiro trimestre do ano. Na época, a eficiência de corrente elétrica e consumos específicos foram afetados, impactando a produção de alumínio.
Alves ressaltou que a CBA trabalhou durante o período para reverter o quadro e que “houve avanço significativo” na volta da estabilidade operacional desde junho, com condições próximas da normalidade.
Perspectivas
Embora os resultados do segundo trimestre tenham refletido um cenário desafiador, a expectativa para o segundo semestre é mais positiva, de acordo com o presidente da CBA.
O executivo listou alguns fatores que podem impulsionar as vendas de alumínio. Entre eles, o período de sazonalidade tradicional do segundo semestre, em que há maior consumo por produtos fabricados a partir do alumínio, além da redução na taxa Selic e inflação menor, que devem estimular de forma indireta o consumo e a retomada do crescimento econômico.
“Potencialmente podemos ter um cenário melhor daqui para a frente, mas é preciso ter cuidado. Não existem incertezas apenas no Brasil, mas, principalmente, em relação a tudo que está acontecendo no mercado mundial”, ponderou Alves.
Vendas
No geral, houve redução nas vendas de alumínio durante o segundo trimestre da CBA, por conta de uma menor demanda nas reformas residenciais. Os volumes de comercialização ficaram estáveis na comparação com o primeiro trimestre. As vendas totais de alumínio somaram 105 mil toneladas no segundo trimestre deste ano, valor 6% menor na comparação anual e 0,9% inferior na relação trimestral.
De forma segmentada, as comercializações de alumínio primário registraram 53 mil toneladas no período, valor 3% menor na comparação anual e estável ante os três primeiros meses do ano. As vendas de alumínio transformado, por sua vez, foram de 30 mil toneladas, 5% a menos ante um ano e 9% menor na comparação trimestral.
As vendas de alumínio reciclado totalizaram 22 mil toneladas no período, valor 14% menor na comparação anual, porém, houve avanço de 10% no intervalo trimestral.
Por Jorge Barbosa
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