O diretor financeiro e de Relacionamento com Investidores da Petrobras, Sergio Caetano Leite, disse nesta sexta-feira, 4, que a atual gestão da estatal segue mantendo o controle da dívida e mantém o compromisso com a distribuição de resultados em bom nível e trimestralmente aos acionistas.
“Nessa revisão da política de dividendos, entendemos por manter aspectos importantes que garantem solidez e controle da dívida. Mantivemos periodicidade, pagando trimestralmente, e as guias de endividamento”, disse Caetano Leite, em teleconferência com investidores sobre os resultados do segundo trimestre.
Há uma semana, a Petrobras informou ao mercado uma reformulação na regra que norteia o pagamento de dividendos, com uma redução do porcentual do fluxo de caixa livre de 60% para 45%.
“Esse patamar está em linha com as “majors” mundiais, considerando tanto as independentes quanto as companhias detidas pelo estado”, disse o executivo.
Resultado e dívida
Caetano Leite disse que o lucro do segundo trimestre de 2023, R$ 28,7 bilhões, é um dos dez melhores da história da companhia. Ele acrescentou que 54% da geração do caixa “voltou” para a sociedade na forma de tributos, que totalizaram R$ 56,1 bilhões no período
O executivo destacou que a dívida subiu puxada por afretamentos de navios-plataforma, sobretudo no pré-sal da Bacia de Santos, mas mantém uma trajetória de queda. “A dívida bruta permanece dentro da faixa definida no Plano Estratégico”, disse.
A dívida bruta da Petrobras alcançou US$ 57,9 bilhões no segundo trimestre de 2023, uma alta de 8,2% em relação a igual período do ano passado e 8,7% acima do registrado ao fim do primeiro trimestre do ano, em 31 de março.
Já a dívida líquida da empresa subiu para US$ 42,1 bilhões, valor 12,2% superior ao registrado no primeiro trimestre de 2023. Já os investimentos ficaram em US$ 3,2 bilhões, uma alta de 5,5% ante o mesmo período do ano passado e 30,5% na comparação com o primeiro trimestre.
Recompra de ações
Caetano Leite disse ainda que a reformulação da política de dividendos abarca a estratégia de recompra de ações, que vai começar com um programa piloto com duração de 12 meses. “Vamos recomprar 157,8 milhões de ações preferenciais, cerca de 3,5% do ‘free float'”, detalhou.
Segundo ele, as ações serão canceladas após a compra, configurando remuneração aos acionistas. O foco, disse, serão ações preferenciais.
Por Gabriel Vasconcelos e Denise Lula
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