Categories: Economia

Gecex eleva a 18% alíquota do Imposto de Importação a resíduos de papel, plástico e vidro

O Comitê-Executivo de Gestão (Gecex) da Câmara de Comércio Exterior (Camex) decidiu elevar para 18% as alíquotas do Imposto de Importação cobradas sobre a entrada no Brasil de resíduos de papel, plástico e vidro.

Antes, a alíquota de resíduos de papel e vidro estava zerada. No caso das importações de resíduos plásticos, o imposto estava estabelecido em 11,2%. A elevação do tributo para esses segmentos foi antecipada pela Coluna do Estadão.

Segundo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic), o aumento das alíquotas busca fortalecer a cadeia nacional de reciclagem de resíduos sólidos e minimizar “impactos nocivos” desses materiais ao meio ambiente. A resolução ainda será publicada no Diário Oficial da União (DOU), mas a previsão é de que entre em vigor em 1º de agosto.

Segundo a pasta, a elevação do imposto não atinge os resíduos de vidro incolor, já que, neste momento, a indústria doméstica não possui fonte alternativa no país em volume suficiente para atender as demandas.

De acordo com o Mdic, o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) já havia indicado uma preocupação em torno da importação de resíduos sólidos. Por isso foi criado pela Secretaria-Geral da Presidência da República um Grupo Técnico de Trabalho específico no âmbito do Comitê Interministerial para Inclusão Socioeconômica de Catadoras e Catadores de Materiais Reutilizáveis e Recicláveis (CIISC).

O grupo constatou um crescimento das importações brasileiras de resíduos de papel, plástico e vidro entre 2019 e 2022. As compras externas de resíduos de papel e vidro subiram respectivamente 109,4% e 73,3%, enquanto as operações envolvendo o ingresso no país de resíduos plásticos apresentaram elevação de 7,2%, informou o Mdic.

“Esse aumento das importações de resíduos sólidos tem o potencial de afetar o preço de venda dos materiais recicláveis comercializados pelos catadores no Brasil, que acabam deixando a sua atividade. Com isso, além das consequências sociais indesejáveis, são verificados impactos negativos no meio ambiente pelo aumento do depósito de resíduos em aterros e lixões, prejudicando o trabalho desenvolvido para a recuperação dos materiais recicláveis e reutilizáveis gerados localmente”, afirmou a pasta.

Por Amanda Pupo

Estadão Conteúdo

Recent Posts

ABBC, Acrefi e Zetta divulgam manifesto contra PL 4.395, que altera regras do FGC

Três entidades financeiras que representam instituições de pequeno e médio portes divulgaram nesta sexta-feira, 22,…

6 horas ago

Paper recorre de decisão do Cade que suspendeu direito de voto na Eldorado

A Paper Excellence apresentou recurso para suspender a decisão da Superintendência-Geral do Conselho Administrativo de…

6 horas ago

Petrobras não está interessada em empilhar dinheiro, diz Magda sobre dividendos

A presidente da Petrobras disse nesta sexta-feira, 22, que, existindo "garantia de viabilidade" para o…

7 horas ago

Banco do Brasil: Clientes aplicaram R$ 4,7 mi no Tesouro via WhatsApp desde lançamento

Os clientes do Banco do Brasil investiram R$ 4,7 milhões no Tesouro Direto utilizando o…

8 horas ago

Setor automotivo da Bosch planeja cortes de empregos expressivos nos próximos anos

A Bosch anunciou nesta sexta-feira, 22, que irá cortar cerca de 5500 cargos nos próximos…

8 horas ago

Getnet escolhe Juan Franco, ex-Nuvei, como novo CEO global

A Getnet, empresa de maquininhas de origem brasileira e que pertence ao Grupo Santander, anunciou…

10 horas ago