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Censo teve taxa de não resposta de 4,23% dos domicílios; taxa de recusa ficou em 1,38%

Os recenseadores que atuaram no Censo Demográfico 2022 contaram efetivamente 195.098.672 habitantes no País, de uma população calculada em 203.062.512. Os demais 7,964 milhões foram obtidos via dados imputados, tratados estatisticamente, informou nesta quarta-feira, 28, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A imputação reflete uma taxa média de não resposta de 4,23% dos domicílios do País. Já a taxa de recusa ficou em 1,38%.

Houve maior dificuldade de obter a coleta em concentrações urbanas, especialmente em bairros de alta renda, como o Leblon, no Rio de Janeiro, Moema e Consolação, em São Paulo, e Boa Viagem, no Recife, enumerou Cimar Azeredo, presidente interino do IBGE.

“Nesses lugares a gente teve uma dificuldade sim de a população exercer o papel dela de cidadão. E falta de oportunidade não foi”, frisou Azeredo.

Segundo ele, um grupo de especialistas externos ao instituto está trabalhando junto com os demógrafos do IBGE para, em breve, divulgar um relatório avaliando a operação censitária.

“Quanto menor a imputação, mais precisão a gente vai ter para análise temática. Para o total de população não, para o total de população a gente tem total controle”, garantiu Azeredo. “Essa cobertura está muito consistente. Se a gente olhar São Paulo, o processo de não resposta está mais concentrado nas áreas urbanas, em locais de alta renda, ou em favelas talvez inacessíveis. Mas, no geral, a gente está bastante contente com esses 8% (de não resposta em SP), sobretudo num censo pós-pandêmico.”

No Estado de São Paulo, o mais populoso do País, a taxa de não resposta alcançou 8,11% dos domicílios. A taxa de recusa foi de 2,34%. Isso significa que, na população de 44.420.459 do Estado de São Paulo, 40.993.056 tiveram as informações coletadas e 3.427.403 foram imputadas.

No ranking de 20 municípios com maiores taxas de não resposta, todos eram paulistas. Santana de Parnaíba liderou a lista, com 16,8% de não resposta, seguido por Itaquaquecetuba (15,7%) e Ribeirão Preto (14,3%).

“O censo começa no dia 1º de agosto, e a gente já estava em meio a uma campanha eleitoral. Numa eleição extremamente polarizada, acho que ninguém tem dúvida disso. Então algumas vezes a gente não era atendido porque éramos governo, e num outro momento não era atendido por críticas que eram feitas na época pelo presidente da República (Jair Bolsonaro) ao IBGE, sobretudo na taxa de desemprego. Então isso de alguma forma tem um impacto”, relatou Cimar Azeredo.

O Estado com a menor taxa de não resposta foi a Paraíba, 1,61%, e apenas 0,57% de recusa.

A título de comparação, o IBGE lembra ainda que a taxa de recusa da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) foi de 2,21% no primeiro trimestre de 2023, consideravelmente mais alta que a do Censo.

Por Daniela Amorim

Estadão Conteúdo

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