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Ministro diz lutar diariamente para mudar política de reinjeção do gás do País

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, voltou à carga contra a Petrobras no fim da manhã desta sexta-feira, 16, ao criticar sua política de reinjeção de gás em reservatórios de petróleo. Silveira disse lutar diariamente para reverter a prática, a fim de produzir mais gás para fornecer a grandes consumidores e fomentar a “reindustrialização” do País.

Silveira defendeu que o governo exerça o controle da companhia para alcançar este objetivo, ainda que reconhecendo a “autonomia de governança e natureza jurídica” da Petrobras, uma empresa de capital misto.

Assim como na quinta-feira, quando afirmou que o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, tinha conduta “negligente” com relação ao gás, Silveira foi duro ao dizer que as unidades de processamento de gás natural da Petrobras estão “completamente sucateadas” e poderiam estar produzindo volumes maiores do insumo.

“A média mundial de reinjeção das petroleiras no mundo é bem menor. Os Estados Unidos reinjetam 12,5% do seu gás para impulsionar produção de petróleo. A África, 23,9%, e a Europa 24,7%. O Brasil reinjeta 44,6% do gás”, comparou.

Segundo o ministro de Minas e Energia, a Petrobras ainda não deu justificativa aceitável para o porcentual, que sua pasta considera elevado. “Estamos lutando diariamente para que a política de reinjeção do gás mude”, afirmou.

“Temos de ter coragem de reconhecer que o governo é controlador da Petrobras, apesar da autonomia da governança e da natureza jurídica da Petrobras, que requer planejamento e viabilidade econômica para investidores. Mas o governo é controlador e tem de cumprir o seu papel”, disse Silveira.

Na prática, o ministro sugere que o governo utilize sua maioria no Conselho de Administração da estatal para rediscutir o volume de gás reinjetado nos campos do pré-sal.

Silveira disse, ainda, que houve “descuido e desdém” com a política de gás do País nos últimos anos, o que, afirmou, vai mudar com o programa “Gás para empregar”, aprovado no Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), em reunião inclusive com a participação do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva.

Silveira destacou que o último programa nesse sentido aconteceu no primeiro governo Lula, em 2005.

Por Gabriel Vasconcelos

Estadão Conteúdo

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