Estudos prospectivos apresentados pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) durante reunião do Comitê de Monitoramento do Sistema Elétrico (CMSE), realizada nesta quarta-feira, apontam a possibilidade de se atingir, no cenário mais conservador, o terceiro melhor armazenamento de energia da série histórica para o Sistema Interligado Nacional (SIN) até novembro. Desde modo, as condições são suficientes para garantir o pleno suprimento eletroenergético este ano.
De acordo com boletim divulgado pelo Ministério de Minas e Energia (MME), O armazenamento previsto no Sistema Interligado Nacional (SIN) é entre 59,0% e 73,5%, no período.
O ONS apontou, ainda, que ao final de maio, foram verificados armazenamentos equivalentes de 86,2% no Sudeste/Centro-Oeste, de 81,9% no Sul, de 89,1% no Nordeste, e de 98,4% no subsistema Norte. Para o SIN, o armazenamento ao final de maio foi de 87,1%, melhor nível dos últimos 12 anos.
Em relação à Energia Natural Afluente (ENA), foram verificados valores abaixo da média histórica para todos os subsistemas: o Sudeste/Centro-Oeste apresentou condições de 92% da Média de Longo Termo (MLT); o Sul de 62%; o Norte de 92% da MLT e o Nordeste cerca de 54%. A ENA agregada do SIN registrou índice de 85% MLT. Em junho, a indicação é de uma ENA abaixo da média histórica para todos os subsistemas.
Na reunião, o Operador informou que no dia 2 de junho foi verificado um recorde histórico de geração de energia na fonte solar fotovoltaica, incluindo micro e minigeração distribuída (MMGD), atingindo o montante médio diário de 5.444 MW médios (MWmed), o que correspondeu a 7,5% da carga do SIN. Nesse dia, também houve recorde de geração solar média horária entre 11 e 12 horas, chegando a 17.542 MWmed, o que correspondeu a 22,8% da carga do Sistema.
Foi informado, ainda, da realização bem-sucedida de testes com vistas à assunção da regulação secundária do sistema isolado de Roraima por meio da Usina Termelétrica Jaguatirica II, o que permitirá solução mais adequada do ponto de vista técnico e de custo-benefício para o atual cenário de geração.
Já a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) informou que, no contexto em que são consideradas as usinas com contratos associados de compra e venda de energia de longo prazo e Contrato de Uso do Sistema de Transmissão (Cust) assinado, haveria agregação de cerca de 2,5 gigawatts (GW) de capacidade instalada em relação ao PMO vigente.
Exportação
Em relação ao intercâmbio de energia para países vizinhos, foi informado que em maio foram exportados 458 MWmed de origem hidrelétrica e 235 MWmed para a Argentina, mesmo num contexto de diminuição das chuvas e dos chamados vertimentos turbináveis. Para o Uruguai,a exportação foi de 272 MWmed de origem hidrelétrica e de 66 MWmed de origem termelétrica.
Expansão
O boletim do CMSE aponta, ainda, que a expansão verificada em maio de 2023 foi de aproximadamente 1.286 megawatts (MW) de capacidade instalada de geração centralizada de energia elétrica, 523 km de linhas de transmissão e 2.487 MVA de capacidade de transformação.
Assim, em 2023, a expansão totalizou 4.626 MW de capacidade instalada de geração centralizada, 2.969 km de linhas de transmissão e 7.760 MVA de capacidade de transformação. Sobre geração distribuída, a expansão verificada em 2023 foi de 4.943 MW, atingindo o total de aproximadamente 21,3 GW instalados no País.
Por Wilian Miron
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