Categories: Economia

Jaques Wagner defende que programa automotivo saia via MP: se for PL, Anfavea vai reclamar

Apesar da resistência do Congresso à edição de Medidas Provisórias, o líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), defendeu o uso desse expediente para o lançamento do programa automotivo a ser detalhado nesta segunda-feira pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Para o senador, é importante ser MP para dar celeridade ao tema após a queda na venda de carros populares com o primeiro anúncio da proposta. “Se eu mando projeto de lei, não começa a valer. … Essa matéria, se for projeto de lei, esteja certo que a Anfavea vai reclamar”, declarou.

Em entrevista à CNN Brasil nesta manhã, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), disse que exigirá que os ministérios, antes da elaboração e envio de medidas provisórias ao Congresso, discuta as matérias com ele e com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). De acordo com Lira, ainda não há pacificação entre as duas Casas sobre o rito de tramitação das MPs.

Para Jaques Wagner, contudo, o pedido de Lira para que os projetos sejam discutidos antes com a Câmara e o Senado deve depender da natureza da matéria. ”

As declarações se deram durante a presença do líder em evento de cerimônia ao Dia Mundial do Meio Ambiente, nesta segunda-feira, 5, no Palácio do Planalto.

Demanda pessoal de Lula para melhorar sua popularidade junto à classe média, o programa para o setor automotivo foi anunciado por Geraldo Alckmin no fim de maio. À época, contudo, o ministro não deu detalhes de como funcionaria a medida, apenas prometendo uma redução no preço final dos automóveis de até R$ 120 mil, que iria de 1,5% a 10,96%, a partir de cortes no IPI e no PIS/Cofins.

Na última quinta-feira, 1º, Haddad disse que Lula já havia validado a proposta de Medida Provisória e garantiu que o programa automotivo seria temporário e com valor definido, inferior a R$ 2 bilhões. Fontes revelaram nos últimos dias que o pacote teria um custo fiscal de R$ 1,5 bilhão em quatro meses, metade dos R$ 3 bilhões que o governo pretende recuperar com outra MP que vai reonerar o diesel em 50% a partir de setembro – após período de noventena.

Da parcela de R$ 1,5 bilhão em créditos para a indústria automotiva, apenas R$ 500 milhões irão de fato para os carros populares. A maior parte custeará a queda no preço de ônibus e caminhões. O outro R$ 1,5 bilhão da reoneração parcial do diesel serão usados para reduzir o déficit primário do Governo Central deste ano, estimado pela Fazenda em R$ 136,157 bilhões.

Por Sofia Aguiar, Eduardo Gayer, Eduardo Rodrigues e Amanda Pupo

Estadão Conteúdo

Recent Posts

Latam amplia em 12% voos no Brasil em 2025, com quatro novas rotas domésticas

A Latam vai operar 348 voos domésticos por dia no Brasil em 2025, 12% a…

7 horas ago

ANP aprova acordo de cooperação com Serpro no âmbito do RenovaBio

A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) aprovou um acordo de cooperação…

7 horas ago

Correção: Lula faz evento para tornar oficial programa de repactuações de rodovias

A matéria publicada anteriormente continha uma incorreção sobre a nome da concessionária do trecho da…

9 horas ago

Brasil vive momento histórico sobre concessões, com melhor entendimento público, diz Lula

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, afirmou que o País vive um…

11 horas ago

Renan Filho: governo analisa 4 repactuações de rodovias, encaminhou 8 para o TCU e reprovou 2

O ministro dos Transportes, Renan Filho, apresentou o balanço dos trabalhos que compõem o "Programa…

12 horas ago

Claro lança oferta de celular para fisgar público que ainda não aderiu ao 5G

A Claro fechou parceria com a Motorola para lançar uma oferta de celular 5G com…

12 horas ago