A Porto (ex-Porto Seguro) fechou o primeiro trimestre deste ano com lucro líquido recorrente de R$ 332,8 milhões, alta de 90,1% na comparação com o mesmo período do ano passado. Segundo a companhia, o resultado foi o maior da história da companhia para um primeiro trimestre. O ramo de seguros, o principal da empresa, teve melhoria de desempenho nos últimos 12 meses. Em três meses, porém, o lucro caiu 40,1%.
No trimestre, a receita total da companhia foi de R$ 7,240 bilhões, alta de 26,5%. Em três meses, houve queda de 5,2%, de acordo com a companhia. O retorno sobre o patrimônio líquido médio (ROAE, na sigla em inglês) foi de 12,4% no período, crescimento de 4,9 pontos porcentuais em um ano, mas uma queda de 9,9 pontos em três meses.
No primeiro trimestre de 2022, a Porto foi pressionada pelo aumento da sinistralidade do seguro automotivo, principal linha entre as oferecidas pela empresa, diante da inflação nos preços dos carros, que aumentou o valor da indenizações pagas pela seguradora. Nos 12 meses desde então, a sinistralidade em automóveis caiu 8,2 pontos porcentuais, para 58,7%.
“A melhora em relação ao mesmo período do ano anterior (-8,2 p.p. vs. 1T22) é
explicada pelo aperfeiçoamento nos modelos de subscrição e pelas adequações de tarifas realizadas, contribuindo para um aumento gradativo nos resultados, em decorrência do reconhecimento diferido dos prêmios ganhos”, afirma a empresa no informe de resultados, acrescentando que a inflação dos automóveis também arrefeceu neste intervalo.
A frota segurada pela Porto contava com 5,7 milhões de veículos no final do trimestre, queda de 0,5% em um ano, mas uma alta de 0,5% em um trimestre. Ao todo, no seguro automotivo, foram R$ 3,6 bilhões em prêmios emitidos, alta de 25,5% em base anual.
Ao todo, na Porto Seguro, foram R$ 4,711 bilhões em prêmios, alta de 24,3% em um ano. O prêmio total da Porto foi de R$ 5,936 bilhões, crescimento de 24,5% no mesmo período comparativo.
Na Porto Saúde, foram R$ 976 milhões em receitas, aumento de 33% em um ano, com a adição de 58 mil vidas no intervalo anual, chegando a 427 mil beneficiários. A sinistralidade recuou 11,6 pontos porcentuais, para 78,7%, graças ao aprimoramento do processo de aceitação e ao reajuste na carteira empresarial e de pequenas e médias empresas.
Na vertical de serviços financeiros, o Porto Bank, as receitas cresceram 11,1% no último ano, para R$ 1,1 bilhão, com a empresa focada em clientes de maior relacionamento e em produtos com menor exposição ao risco de crédito. A carteira de crédito chegou a R$ 16,5 bilhões, alta de 22,2%, e a de consórcio cresceu 29,1%, para R$ 43,5 bilhões.
O resultado do Porto Bank, porém, caiu 12,2% no comparativo anual, para R$ 61,7 milhões, diante da piora na qualidade dos ativos. A inadimplência do Porto Bank, medida por atrasos acima de 90 dias subiu 1,9 ponto porcentual, para 7,5%.
No consolidado, a Porto teve receita financeira de R$ 162,8 milhões no trimestre, alta de 35,9% em relação ao mesmo período do ano passado. As alocações em renda variável fizeram com que o rendimento das aplicações ficasse em 79% do CDI, embora a maior fatia da carteira (44%) seja de ativos atrelados à inflação.
Por Matheus Piovesana
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