O vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, anunciou nesta segunda-feira, 17, durante seminário sobre o tema na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), a constituição de um grupo de trabalho para encontrar soluções que aumentem a oferta e reduzam preços do gás natural. O grupo, conforme divulgado no evento, será formado por quatro ministérios – Indústria, Fazenda, Minas e Energia e Casa Civil -, junto com a Petrobras e produtores independentes menores.
Alckmin declarou a empresários da indústria paulista que o grupo de trabalho deve trazer “bons frutos” em direção à diminuição no preço do insumo, considerado central na competitividade de grandes setores industriais, em especial a indústria química.
Ele não informou, contudo, quando os trabalhos começam. Já o secretário de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis do ministério de Minas e Energia, Pietro Adamo Sampaio Mendes, comentou que a resolução sobre o grupo de trabalho está na Casa Civil e deve ser aprovada nos próximos dias ou semanas.
O vice-presidente ressaltou que o País precisa investir em infraestrutura, gasodutos e unidades de tratamento para trazer à terra o gás do pré-sal. Alckmin lembrou que o Rota 3, que vai escoar gás do pré-sal da Bacia de Santos até uma unidade de processamento do Complexo Petroquímico do Estado do Rio de Janeiro (Comperj), em Itaboraí (RJ), deve entrar em operação no ano que vem, ampliando a oferta. Ele reconheceu, porém, que é preciso fazer mais. “Teremos no ano que vem mais gás natural., mas precisamos ter rota 4, 5, 6…”, afirmou.
Segundo Mendes, a ideia do grupo de trabalho é trazer propostas para enfrentar, por exemplo, a perspectiva de redução da oferta de gás natural nacional. Em uma das frentes, o grupo pode discutir incentivos ou estímulos para o aumento da produção por parte de operadores privados, respeitando os volumes que precisam ser reinjetados como método de produção de petróleo, cujo valor de mercado é maior. O secretário do ministério de Minas e Energia também defendeu a necessidade de repensar a precificação do gás natural, de modo que o valor do gás acompanhe o produto final.
Mendes também citou a perspectiva de estabelecer um novo papel para a PPSA. Uma das ideias seria permitir que a empresa, que atualmente vende gás na cabeça dos poços para outros operadores, a valores mais baixos, por ser impedida de contratar capacidade de escoamento e de processamento, possa a fazer essa contratação. Ele também sinalizou com estudos para permitir que a empresa realize swaps de petróleo por gás. O objetivo é dar mais segurança para o fornecimento de longo prazo de gás.
Por Eduardo Laguna, Luciana Collet e Jorge Barbosa
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