O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, afirmou nesta quinta-feira, 23, que os contratos de venda de ativos já assinados serão cumpridos, mas os que ainda não foram assinados serão revistos. Prates foi reiteradamente questionado por jornalistas sobre o assunto na saída de evento sobre o mercado de gás na sede da Fundação Getúlio Vargas (FGV), nesta quinta-feira, 23, no Rio.
A Petrobras tem cinco ativos com contratos assinados, sendo quatro conjuntos de campos maduros no Rio Grande do Norte e Espírito Santo e uma refinaria, a Lubnor, no Ceará.
Desde a transição de governo, o ex-senador pelo PT e atual presidente da estatal fala em paralisação das vendas para reavaliação, sem que isso signifique cancelamento sumário.
Prates e outros membros da transição descartaram as vendas de refinarias, mas sempre deixaram em aberto o futuro dos campos maduros, manifestando atenção a multas ligadas ao cancelamento de contratos, que gerariam custos indesejados à estatal.
Na quarta-feira, porém, em entrevista a um canal no YouTube, Lula disse ter determinado a Prates o fim dessas vendas e a busca de uma “saída política, não judicial” para a questão.
Alas do PT e sindicatos, como a Federação Única dos Petroleiros (FUP), são radicalmente contra as vendas e pregam, inclusive, a reversão de negócios fechados no passado.
Ativos
No evento, Prates falou especificamente da Lubnor, afirmando que embora o contrato esteja assinado com a Grepar Participações, o processo deverá ser revisto porque há problemas na transferência de ativos ligados ao fato de o terreno não pertencer à Petrobras.
Em relações aos campos negociados com 3R Petroleum, BW Energy e Seacrest, Prates deu a entender que os negócios serão concluídos por já terem contratos assinados.
Sobre o Polo Bahia-Terra, na Bahia, que a Petrobras negocia com PetroReconcavo e Eneva, Prates disse que este processo será revisto.
“Bahia-Terra não está assinado nem finalizado. Vai continuar sendo tratado numa nova ótica. Não sei se ele vai ser vendido ou não. A gente vai decidir”, disse Prates sobre o polo, em fase vinculante de alienação, quando já há propostas na mesa, mas nada acertado.
Por Denise Luna e Gabriel Vasconcelos
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