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Tenda tem prejuízo líquido consolidado de R$ 155,1 mi no 4º trimestre

A Tenda fechou o quarto trimestre de 2022 com prejuízo líquido consolidado de R$ 155,1 milhões, uma perda 42,2% menor do que no mesmo intervalo de 2021, de acordo com balanço publicado nesta quinta-feira, 9.

Esse resultado decorre de um prejuízo de R$ 130,3 milhões na operação da bandeira Tenda (construção à base de paredes de concreto) e de uma perda de R$ 24,8 milhões da Alea (construção industrializada com elementos de madeira).

A Tenda foi impactada, lá trás, pela disparada dos custos de construção, que comeram as margens dos imóveis vendidos, em contratos sem correção monetária, uma vez que os clientes já foram repassados aos bancos. Esse impacto é apurado de acordo com o andamento da obras.

Já no quarto trimestre, a companhia reportou um desvio nos custos de construção na ordem de R$ 47 milhões, provocado por atrasos de determinadas etapas das obras. Como a empresa executa cada fase de forma sequencial, um atraso ecoa no todo. Entretanto, o grupo informou que cerca de 80% das obras problemáticas terminarão no fim do segundo trimestre. Também pesaram no balanço o aumento nas despesas com o pagamento de juros da dívida.

O Ebitda (lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado e consolidado ficou negativo em R$ 54,2 milhões, 75% menor na mesma base de comparação.

A receita líquida consolidada alcançou R$ 631,1 milhões, alta de 22%, com melhora na performance na venda dos imóveis.

A margem bruta ajustada foi a 13,1% no quarto trimestre de 2022, uma recuperação frente aos 5,6% do terceiro trimestre de 2022 e reversão do dado negativo de 10,9%?no mesmo período do ano anterior.

As despesas comerciais, gerais e administrativas consolidadas somaram R$ 107,9 milhões, baixa de 17,6% na mesma base de comparação anual. O grupo também reportou despesas com demandas judiciais de R$ 29,1 milhões, montante 51,8% maior.

O resultado financeiro (saldo entre receitas e despesas financeiras) ficou negativo em R$ 64 milhões, o que representa uma despesa 2,7 vezes maior. Esse aumento decorreu do maior custo da dívida em meio à elevação da Selic e devido ao prêmio após renegociação das debêntures (o chamado waiver dos covenants).

A Tenda fechou o ano com dívida líquida de R$ 799,9 milhões, crescimento de 141% na comparação anual. Nesse período, a alavancagem (medida pela relação entre dívida líquida e patrimônio líquido) subiu para 65,7% de 13%. A companhia totalizou uma geração de caixa operacional de R$ 35,2 milhões. No fim do período, a construtora detinha R$ 674,2 milhões em caixa.

Por Circe Bonatelli

Estadão Conteúdo

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