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Comércio eletrônico tem alta de 1,6% em 2022 e fatura R$ 262 bi

O faturamento do comércio eletrônico brasileiro chegou a R$ 262,7 bilhões em 2022, alta de 1,6% em relação ao ano anterior. Apesar do crescimento bem abaixo da inflação, depois de anos de altas de duplo dígito na pandemia, o valor representa um recorde para o setor. Os dados são de pesquisa realizada pela NielsenIQEbit e foram adiantados ao Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado.

Nesse ano, a empresa revisou a metodologia e, nos novos parâmetros, em 2020 o faturamento foi de R$ 199,1 bilhões e, em 2021, de R$ 258,5 bilhões. Chama a atenção, porém, que o porcentual de consumidores digitais brasileiros que fizeram compras em sites estrangeiros bateu recorde histórico. Foram 72% os que fizeram alguma aquisição em sites internacionais durante o ano de 2022, índice mais alto da série iniciada em 2013

Na comparação entre 2020 e 2021, a porcentagem de quem compra em sites de outros países havia caído de 71% para 68%. Agora, porém, o número supera o registrado há dois anos. Além disso, grupo de brasileiros que compra mais de 10 itens em sites internacionais cresceu 4 pontos porcentuais, na comparação entre 2022 e o ano imediatamente anterior, e agora representa 15% do público total dessas plataformas.

No comércio eletrônico em geral, segundo o levantamento, houve alta de 24% no número de consumidores em e-commerce no País, na comparação com o ano anterior. Na análise por região, o Norte teve destaque em crescimento de vendas, com alta de 18%. As outras duas regiões brasileiras que cresceram no quesito foram Nordeste (3%), Sudeste (0,4%) e Sul (3%).

Consolidação

Para a NielsenIQEbit, a pesquisa aponta para a estabilidade do setor, graças ao resultado do ticket médio, que teve queda de 7,5%, em relação a 2021, assim como a alta do número de pedidos, registrada em 7,9%. “As pessoas realizaram mais compras, mas de itens de menor valor agregado, o que justifica a queda do ticket médio. O resultado é muito importante e consolida o e-commerce como um canal de compras muito popular entre os brasileiros. Após o boom de 2020 para 2021, com alta de 29,8%, o setor se mantém num patamar alto, com previsão de estabilidade”, analisa o Head de e-commerce da empresa de pesquisas de mercado, Marcelo Osanai.

Na análise mensal do desempenho de 2022, é possível perceber que o início do ano foi mais aquecido que o fim, mesmo com datas importantes em novembro e dezembro, como a Black Friday e o Natal. Os meses com maior variação no volume de vendas na comparação entre 2022 e 2021 foram janeiro e fevereiro, com altas de 20,1% e 18,1%, respectivamente. Novembro, principal mês de vendas, ficou praticamente estável, com queda de 0,4%.

Perfil dos consumidores

A maior parte dos consumidores digitais brasileiros tem mais de 35 anos, segundo o levantamento. A representatividade dessa faixa cresceu ao longo do ano de 2022 e soma mais de 68% do público total. Esse perfil compra, principalmente, Alimentos e Bebidas, itens de Casa e Decoração, Construção e Ferramentas, Eletrodomésticos e gastos com Saúde.

Quanto à renda, aumentou a importância de consumidores que ganham de 4 a 10 salários mínimos, independentemente da faixa etária. A porcentagem que representa esse grupo cresceu de 33,5% para 34,8%. Na análise de gênero, as mulheres se mantém em destaque no e-commerce brasileiro. Em 2022, elas foram 57,7% do público total. Apesar da predominância do público feminino, a presença dos homens aumentou levemente de 2021 para 2022, passando de 41,5% para 42,3%.

Categorias

Destaque em 2022, a cesta de Alimentos e Bebidas saiu da sexta posição no ranking para o terceiro lugar em número de pedidos. O segmento foi o que mais contribuiu para a alta geral de pedidos no e-commerce. De acordo com a pesquisa, o grupo teve a maior variação, com crescimento de 82,8% em 2022, na comparação com o ano anterior.

O setor de Perfumaria e Cosméticos ficou em primeiro lugar, ultrapassando Casa e Decoração, que ocupava a liderança em 2021. Em 2022, Dentre as principais categorias de vendas, aquelas com tickets maiores apresentaram performances negativas.

Considerando o ticket médio ponderado das cinco maiores categorias, o valor que era de R$720 em 2021 passou a ser R$ 259 em 2022, uma queda de 64%. O segmento de Eletrônicos foi exceção e teve alta de 9,8% na variação do ticket médio na comparação entre 2022 e 2021. Casa e Decoração também teve uma contribuição significativa, com alta de 5,8%.

Tráfego

As principais origens de tráfego que encaminharam os consumidores para as plataformas de venda online em 2022 foram sites de busca, responsáveis por 24% do fluxo; redes sociais, com 23%; e busca direta pelo nome da loja, com 25%.

A pesquisa também determinou que a maior parte das compras são realizadas durante a semana, tanto na análise que avalia volume de pedidos, como na que considera faturamento.

Por Talita Nascimento

Estadão Conteúdo

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