O rombo de R$ 298,5 bilhões no balanço financeiro do Banco Central em 2022 foi causado pelo prejuízo de R$ 326,5 bilhões com as operações com reservas e derivativos cambiais no ano passado. Já as demais operações da autoridade monetária foram superavitárias em R$ 28,0 bilhões no período.
O resultado do BC foi aprovado hoje pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). De acordo com o BC, do prejuízo total R$ 179,1 bilhões serão cobertos mediante reversão de reserva de resultado e R$ 82,8 bilhões serão cobertos por redução do patrimônio institucional do Banco Central. Outros R$ 36,6 bilhões, porém, precisarão ser cobertos pelo Tesouro Nacional.
Quando o Banco Central tem resultado positivo em seu balanço, uma parcela é transferida ao Tesouro Nacional. A transferência é financeira e não tem impacto fiscal direto, mas é utilizada para o pagamento de juros e abatimento de dívida. Já o lucro com reservas e operações cambiais é destinado à reserva de resultados do patrimônio líquido do BC.
Caso o resultado do BC seja negativo, ele é compensado pelos recursos existentes na reserva de resultado e pela redução do patrimônio líquido da instituição, limitado a 1,5% do ativo total do banco. Somente quando essas duas medidas não forem suficientes para cobrir o prejuízo, o Tesouro então emite títulos públicos em favor da autoridade monetária.
Por Thaís Barcellos e Eduardo Rodrigues
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