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Mercado vê caixa da Americanas reduzido para R$ 800 milhões

Os R$ 7,8 bilhões em caixa que a Americanas tinha já não são uma realidade. Executivos a par da situação calculam que a companhia tem R$ 800 milhões disponíveis para tocar o negócio, o que não sustenta a operação da varejista por muito tempo. Como consequência, a empresa pode se ver forçada a pedir recuperação judicial antes mesmo do prazo final de 30 dias dado pela Justiça do Rio de Janeiro em liminar. A situação ocorre após o então presidente da empresa, Sergio Rial, afirmar ter detectado inconsistências em lançamentos contábeis estimadas em R$ 20 bilhões.

O ponto principal é que, com os rebaixamentos de notas de crédito, a empresa já não consegue antecipar com os bancos e adquirentes cerca de R$ 3 bilhões em recebíveis de cartão de crédito, recursos essenciais para financiar o dia a dia de suas operações.

Bloqueios

Somam-se a isso os valores bloqueados pelo BTG Pactual e o BV, que superam R$ 1,4 bilhão. Há ainda mais R$ 1 bilhão em investimentos sem liquidez imediata, metade referente a uma Letra Financeira do Tesouro (LFT).

Por fim, desde a última divulgação de resultados, a companhia já teria consumido R$ 1,6 bilhão. Com isso, restam R$ 800 milhões para tocar o dia a dia da empresa. “É completamente insuficiente”, disse um dos executivos a par da situação. Para ele, a empresa é viável. No entanto, a postura dos credores têm ameaçado sua continuidade.

Pessoas a par do assunto alegam ainda que o Banco Safra teria congelado investimentos da companhia. A empresa não estaria conseguindo nem acessar suas contas, em razão de acessos cancelados. Procurado, o Safra não fez comentários sobre o assunto.

Para interlocutores da Americanas, a lógica dos bancos tem sido “se a farinha é pouco, meu pirão primeiro”. Com isso, estão reduzindo os recursos disponíveis para a companhia e comprometendo a operação da varejista, o que pode forçar a um pedido de recuperação judicial em menos tempo do que a Justiça concedeu à empresa. Nesta semana, houve conversas com credores, mas não se chegou a um acordo.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Por Talita Nascimento e Altamiro Silva Junior

Estadão Conteúdo

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