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Depois de ‘divórcio’, Itaú volta a ser acionista da XP em operação de R$ 8 bilhões

Pouco tempo depois do “divórcio” com a XP, o Itaú Unibanco voltou a ser acionista da maior corretora do País. A instituição financeira acaba de exercer seu direito de fazer essa compra adicional de ações, conforme acordo de R$ 12 bilhões firmado entre elas em 2017 e que deu ao banco 49,9% da corretora. Dessa vez, o Itaú desembolsará uma fatia de R$ 8 bilhões por 11,36% na companhia fundada por Guilherme Benchimol.

O novo investimento na XP, quatro anos após o aporte inicial, não deverá alterar a governança da empresa, informou o Itaú ao mercado. A instituição financeira destacou que não espera que o negócio tenha em efeitos relevantes em seus resultados. Depois de perder cerca de 15% de valor neste ano, a XP vale na Nasdaq cerca de R$ 70 bilhões – já chegou a quase R$ 130 bilhões.

O retorno do Itaú ao capital da XP era esperado. O presidente do banco, Milton Maluhy, vem desde o ano passado informando ao mercado que o Itaú exerceria seu direito de aquisição. O aval do Banco Central para esse passo, contudo, só veio neste mês. Na época o executivo disse que ainda seria definido o que o banco dará com essa nova participação: se venderá, embolsando os ganhos, ou segregará em uma nova empresa, como fez com sua participação anterior.

No começo do ano passado, o Itaú detinha uma participação de 46% na XP. Primeiro, vendeu 5% no mercado. Depois, para deixar de ser sócio, cindiu os 41% restantes em um nova empresa. Depois disso, as ações acabaram sendo distribuídas, proporcionalmente, aos seus acionistas, sendo que a maior fatia ficou com a holding Itaúsa, que controla o banco, de cerca de 19%. Já neste ano, a Itaúsa também vendeu parte de sua posição e já embolsou R$ 1,8 bilhão, detendo atualmente cerca de 11%.

Histórico

Pouco antes do Itaú anunciar publicamente que sairia do capital da XP, houve uma disputa entre as companhias. A rusga teve início com uma campanha publicitária lançada em horário nobre, na Rede Globo, na qual o Itaú criticava um dos pilares do negócio da XP: a distribuição via agentes autônomos. O banco questionou a remuneração desses profissionais, feita por meio do comissão, o que poderia fazer esse profissional indicar ao seu cliente um produto com a melhor remuneração para ele – e não necessariamente para o cliente.

A XP prontamente reagiu. A corretora usa como “mantra” que seus principais concorrentes são os grandes bancos, que concentram grande parte dos investimentos dos brasileiros. Roberto Setubal e João Moreira Salles já foram do conselho de administração da XP, mas deixaram o posto antes da abertura de capital da companhia, no fim de 2019.

Por Fernanda Guimarães

Estadão Conteúdo

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