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Toyota reitera fechamento de fábrica no ABC e trabalhadores ameaçam fazer greve

Em reunião na tarde desta quarta-feira, 6, com dirigentes do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, o presidente da Toyota do Brasil, Rafael Chang, reiterou a decisão do grupo anunciada na terça de transferir a operação de São Bernardo do Campo para as fábricas de Sorocaba, Indaiatuba e Porto Feliz, no interior de São Paulo.

O encontro foi solicitado no início da manhã pelos dirigentes sindicais após assembleia com os cerca de 550 funcionários da fábrica, que ameaçavam greve se o executivo não recebesse seus representantes. Diante da postura da empresa, a entidade fará reunião com os trabalhadores amanhã, às 10h, “para decidir encaminhamentos de mobilização e luta”.

A montadora manteve sua justificativa de que a transferência busca maior sinergia entre suas unidades produtivas, com vistas a aumentar sua competitividade frente aos desafios do mercado brasileiro e da sustentabilidade de seus negócios no País.

“Com essa postura a empresa se mostra autoritária e dissimulada perante os trabalhadores e o sindicato, com quem sempre teve diálogo aberto”, disse o presidente do Sindicato, Moisés Selerges.

Fábrica dá resultado, diz sindicato

Na terça, os funcionários não entraram para o trabalho após a assembleia e não houve produção. Selerges afirma que há possibilidade de permanência da fábrica, “que dá resultado, não prejuízo”.

A primeira fábrica da Toyota no País – e a primeira fora do Japão – foi inaugurada em 1962 e produziu o jipe Bandeirante por 40 anos. Atualmente produz componentes para as outras três unidades do grupo e para exportação.

A transferência será feita de forma gradual a partir de dezembro até novembro de 2023. Depois a Toyota pretende vender as instalações. Chang confirmou também que todos os funcionários que quiserem podem ser transferidos para uma das três outras fábricas, “inclusive com suporte à mudança, além de outros benefícios”.

Para o diretor administrativo do sindicato, Wellington Messias Damasceno, a entidade e os funcionários têm condições e capacidade de achar um caminho para a manutenção da fábrica. “Vamos fazer o esforço que for necessário do ponto de vista de articulação”, diz.

Por Cleide Silva

Estadão Conteúdo

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