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OSP: Preços na Refinaria de Mataripe mostram efeitos da privatização da Petrobras

Os preços praticados na Refinaria de Mataripe, antiga Landulpho Alves (Rlam), na Bahia, privatizada em dezembro do ano passado estão 11% acima da paridade de preços de importação (PPI) na gasolina e de 10% no diesel. Os valores são também 38 e 56 centavos acima do que é encontrado nas refinarias da Petrobras, respectivamente, segundo o Observatório Social da Petrobras (OSP).

“Mataripe já nos mostra de forma clara os efeitos da privatização da Petrobras. É fato que a venda das refinarias aumentará ainda mais o preço dos combustíveis em todo o País”, afirmou o economista do OSP e do Instituto Brasileiro de Estudos Políticos e Sociais (Ibeps), Eric Gil Dantas.

A Petrobras colocou à venda oito refinarias e afirma que já vendeu três. Mataripe já teve o processo finalizado e as unidades do Paraná (SIX) e Amazonas (Reman) estariam na fase final de venda, segundo o presidente da empresa, general Joaquim Silva e Luna disse ao Broadcast/Estadão. As demais terão a venda iniciada do zero, segundo o general.

As refinarias que ficaram com a Petrobras, que representam cerca de 1,1 milhão de barris diários processados, vão receber investimentos de US$ 300 milhões para modernização. Os planos são de elevar para 100% do petróleo do pré-sal até 2025.

A análise do economista do OSP confirma que Mataripe continua sendo a recordista da gasolina e do diesel mais caros do Brasil, em relação às refinarias da Petrobras. No comparativo com a Refinaria Gabriel Passos (Regap), em Betim (MG), a unidade da estatal que cobra os preços mais altos, a gasolina da Acelen, controladora de Mataripe, custa 30 centavos a mais e o diesel S-10 é 43 centavos mais caro.

Na média deste ano, a diferença do preço da gasolina da Acelen com a da Petrobras é de 24 centavos e do diesel, 16 centavos, informa o economista. O cenário de preços elevados dos combustíveis no País deve permanecer, de acordo com Dantas. A previsão é de que os preços aumentem ainda mais com a troca do presidente da Petrobrás.

“Indicado ao cargo pelo presidente Jair Bolsonaro, o economista Adriano Pires é muito próximo do setor privado de petróleo, gás e combustíveis. Isso nos leva a crer que as demandas dessas empresas, como o alinhamento mais fiel ao PPI (Preço de Paridade de Importação), por exemplo, ganhem mais força, gerando novos reajustes”, afirmou em nota.
Dantas argumenta ainda, que a mudança no comando da Petrobras não vai resolver o problema da escalada dos preços dos combustíveis.

“Essa troca de presidente não acontece para rebaixar preços. Muito pelo contrário, já que o novo indicado tem um alinhamento ainda maior com o PPI e a política de privatizações da companhia”, avaliou.

contato:denise.luna@estadao.com

Por Denise Luna

Estadão Conteúdo

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