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Governo do RJ arremata área do estaleiro que já foi um dos maiores do País

O governo do Estado do Rio de Janeiro arrematou, em leilão realizado na quarta-feira, 16, a área do estaleiro Caneco, no bairro do Caju, região portuária do Rio de Janeiro. O objetivo é implantar um complexo pesqueiro e um condomínio industrial no local. A área foi arrematada por R$ 96 milhões, 50% do valor inicial proposto, de R$ 192 milhões.

Fundado em 1886, o estaleiro Caneco foi um dos principais do País, desde o início da indústria de construção naval. O espaço tinha capacidade para construir navios de até 2.500 toneladas e ainda contava com uma ponte rolante com capacidade para levantar até 5.000 toneladas. A falência do estaleiro foi decretada em 2006.

“A economia do mar faz parte do DNA do estado do Rio, que já ocupou o primeiro lugar na pesca extrativa marinha brasileira. Temos mais de 630 quilômetros de costa, somos o terceiro litoral mais extenso do Brasil e o principal consumidor de pescado do País”, justificou o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro.

De acordo com o governo, a aquisição da área do estaleiro está alinhada com as iniciativas para impulsionar o setor pesqueiro do Estado, como o Decreto nº 47.813/2021, que institui a Comissão de Desenvolvimento da Economia do Mar (Cedemar), a Lei nº 9.466/2021, que cria a política estadual de incentivo à economia do mar como estratégia de desenvolvimento socioeconômico; e da Lei nº 9.545/2022, que dispõe sobre a implantação do Complexo Pesqueiro e autoriza o Estado a buscar parcerias público-privadas para a realização do empreendimento.

“Com 135 mil m², o Complexo Caneco possui uma infraestrutura já existente, um amplo cais para atracação de embarcações e descarga de pescado, um galpão que comporta a comercialização do pescado, e localização estratégica, próximo à ponte Rio-Niterói, a rodovias importantes e a um dos portos mais competitivos do País para distribuição de cargas para os Estados Unidos e Europa”, afirmou o secretário de Desenvolvimento Econômico, Energia e Relações Internacionais, Vinícius Farah.

De acordo com o governo estadual, há 30 anos o Rio de Janeiro ocupava a primeira posição na produção de pescado marinho no País, com significativa geração de empregos. Contava com cerca de 20 grandes indústrias de conserva de pescado instaladas na região da Baía de Guanabara, entre elas a Gomes da Costa e a Coqueiro.

“A implantação de um entreposto pesqueiro será o início da recuperação do setor. A centralização do desembarque de pescado permitirá melhores estatísticas e gestão, assim como uma melhor promoção de políticas públicas para o setor”, avaliou Farah.

Por Denise Luna

Estadão Conteúdo

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