O Magazine Luiza apresentou lucro líquido de R$ 93 milhões no quarto trimestre de 2021, queda de 57,6% em relação ao mesmo período de 2020. No resultado ajustado, que retira da conta os valores não recorrentes, houve prejuízo líquido de R$ 79 milhões, que reverte lucro líquido ajustado de R$ 232,1 milhões no mesmo período do ano passado. Na linha do Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização), o resultado foi negativo em R$ 7,9 milhões, ante R$ 504,7 milhões registrados um ano antes. O desempenho foi impactado positivamente por créditos fiscais.
A margem Ebitda ajustada da companhia, que mede a rentabilidade operacional da empresa, foi de 2,6%, bem abaixo dos 5,2% registrados um ano antes. Se considerado o valor sem ajuste, a margem foi negativa em 0,1%, ante os 5% positivos apresentados um ano antes.
Segundo a gerente de relações com investidores do Magazine Luiza, Vanessa Rossini, essa queda de rentabilidade se relaciona com as vendas mais fracas em lojas físicas. Essa frente de vendas despencou 18% no trimestre em comparação com o mesmo período de 2020. Com as vendas mais concentradas no online – que avançou 60% nas vendas de produtos de lojistas virtuais e 17% na venda de estoque próprio – houve “menor diluição das despesas de lojas”, explica Rossini.
Ela diz ainda que pesou nas lojas físicas a conjuntura econômica do País, bem como uma base de comparação forte registrada um ano antes. No quarto trimestre de 2020, as vendas de lojas físicas cresceram 15,7% na comparação com o mesmo trimestre de 2019.
“O cenário macroeconômico nos fez fazer ajustes táticos, sem mudar a estratégia”, diz o vice-presidente de Negócios do Magazine Luiza, Eduardo Galanternick. Ele explica que, por acreditar em crescimento com rentabilidade, a empresa não se dispõe a queimar caixa de forma deliberada para manter altos crescimentos.
Questionado a respeito da participação de produtos de menor valor agregado e maior recorrência, itens que garantiram um resultado positivo para a Americanas SA no trimestre, Galaternick afirma diz que novas categorias têm crescido no negócio. “As categorias não tradicionais (que excluem eletroeletrônicos e eletrodomésticos na conta) representam 45% do GMV online na companhia. Desde produtos de tíquete mais baixo, até produtos do Kabum, que têm tíquete mais alto”, afirma.
“Essas aquisições que fizemos, que eram a estratégia para aumentar essa penetração (de categorias não tradicionais) foi superbem sucedida. São negócios que não demandam grandes investimentos. Netshoes, por exemplo, deu o maior lucro da história esse ano, com R$ 135 milhões. Essa estratégia vem cumprindo o papel”, complementa.
Ele argumenta que esse aumento foi “ofuscado” pelo crescimento das categorias tradicionais da empresa nos últimos dois anos. “Crescemos no 1P (vendas online de estoques próprios e não de lojistas virtuais) 120% em dois anos”, afirma. No quarto trimestre, porém, esse segmento avançou apenas 1% frente o mesmo período de 2020.
Por Talita Nascimento
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