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Mercado destoa de cenário de guerra

Ao contrário do verificado em outros momentos de tensão global – quando investidores internacionais retiraram seus aportes de países emergentes e correram para os desenvolvidos, considerados mais seguros -, o Brasil tem atraído recursos desde a deflagração do conflito entre a Rússia e a Ucrânia. Nesta quinta-feira, esse movimento fez o dólar recuar 1,55% no País e terminar o dia cotado a R$ 5,03.

Na Bolsa, apesar da queda de 0,1% no Ibovespa ontem – para 115.059,04 pontos -, o índice acumula alta de 2,7% desde o início da invasão russa. Nesse período, a Bolsa de Nova York subiu 1,5% e a de Frankfurt caiu 6,4%. A B3 ainda não divulgou dados de entrada de capital estrangeiro na última semana. Mas, nos primeiros dois dias do conflito, investidores estrangeiros colocaram aqui R$ 3,7 bilhões.

Além de a taxa básica de juros, a Selic, estar em um patamar alto, o que atrai capital, o fato de o País estar longe do conflito, um rebalanceamento do portfólio de investidores interessados em emergentes e a alta no preço das commodities têm impulsionado o Brasil no mercado financeiro.

“Estamos nos beneficiando desse cenário que já havia desde o começo do ano e que agora foi intensificado pelas commodities, que subiram mais ainda, e por essa questão de segurança geográfica”, diz Alexandre Maluf, estrategista da XP.

Para Maluf, se o conflito se aprofundar, os investidores devem passar a fugir dos emergentes. O gestor de moedas da ACE Capital, Daniel Tatsumi, no entanto, é um pouco mais cético em relação a esse movimento. “Acho que não deve ter uma grande fuga de recursos para os EUA, por exemplo, porque o juro lá ainda está muito baixo e a tendência é de que a subida da taxa seja lenta.” As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Por Luciana Dyniewicz

Estadão Conteúdo

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