Ações

BTG inicia cobertura de Nubank com visão cautelosa e recomendação neutra

O Nubank (NU) ganhou destaque nos noticiários nas últimas semanas após alcançar o posto de instituição financeira mais valiosa do Brasil, com uma capitalização de mercado de US$ 46 bilhões.

Após a abertura de capital (IPO, na sigla em inglês) na Bolsa de Valores de Nova York, a fintech superou o Itaú (ITUB4, ITUB3) em valor de mercado, mesmo com resultados financeiros muito mais tímidos. Esse fenômeno é explicado pelo potencial do Nubank, que possui um ecossistema inovador e um plano ambicioso de expansão das suas atividades.

Ainda assim, o momento desafiador e o valuation esticado da companhia fazem com que os analistas do banco BTG Pactual iniciem a cobertura dos BDRs (Brazilian Depositary Receipts) do Nubank, como são chamados os recibos lastreados em ações da fintech negociados na Bolsa brasileira sob o código NUBR33, com recomendação neutra e preço-alvo de R$ 9,30.

Mais banco do que tech

Em relatório, os analistas do BTG avaliam que “o Nubank ainda se parece muito mais com um banco do que com uma empresa de softwares”, em alusão à classificação da fintech como uma empresa de tecnologia, enquanto suas receitas são provenientes de produtos e serviços financeiros, e destacam que bancos têm necessidades de capital e precisam arcar com os custos da inadimplência enquanto crescem. Portanto, com a deterioração das perspectivas para a economia brasileira no curto e no médio prazo, o time do BTG classifica o investimento em papéis do Nubank como arriscado.

Além disso, a empresa ainda não é lucrativa, e enfrenta o desafio de rentabilizar sua base de clientes sem efetuar alterações que possam resultar na perda dos diferenciais oferecidos pelo Nubank, como os baixos custos dos serviços. Outro ponto para o qual os analistas chamam a atenção é o fato de que o fundador detém 84% do poder de voto da empresa, configurando risco de pessoa-chave.

Ainda assim, olhando para o longo prazo, a fintech possui um grande potencial de crescimento, especialmente por conta da possibilidade de expansão internacional dos negócios, o que tornaria a empresa menos vulnerável aos riscos associados ao Brasil, e pela popularidade da marca entre os jovens.

Siga o Mercado News no Twitter e no Facebook e assine nossa newsletter para receber notícias diariamente clicando aqui.

João Marinho

Recent Posts

Câmara de SP negocia elevar investimentos e repasse da Sabesp para aprovar adesão, diz Nunes

A Câmara de Vereadores de São Paulo tem negociado alterações para aprovar, em segundo turno,…

47 minutos ago

Padilha diz achar natural ação da Fazenda e AGU no STF, e também reação do Parlamento

O ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, buscou minimizar o embate protagonizado entre o Congresso…

3 horas ago

Governo vai trabalhar para votar Perse no Senado ainda nesta semana, afirma Padilha

O ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, afirmou nesta segunda-feira, 29, que o governo vai…

3 horas ago

Cargill tem lucro líquido de R$ 2,5 bilhões em 2023 no Brasil; alta é de 101% ante 2022

A Cargill teve lucro líquido de R$ 2,5 bilhões em 2023 na sua operação no…

3 horas ago

Diretor da Petrobras diz que Ansa pode voltar a operar até meados de 2025

O diretor de Processos Industriais e Produtos da Petrobras, William França, disse nesta segunda-feira que…

3 horas ago

Boeing realiza emissões de bonds em meio a dificuldades no segmento de aeronaves comerciais

A Boeing realiza, nesta segunda-feira, pelo menos seis emissões de bonds com maturações variadas, enquanto…

5 horas ago