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Empresas estão mais preparadas para encarar alta de juros

Para os analistas do Itaú BBA, a tendência é que a alavancagem das empresas diminua ainda mais em 2022 (Foto: Shutterstock)

Apesar do cenário macroeconômico desafiador que se desenha para 2022, as empresas listadas na Bolsa brasileira se encontram com um nível de alavancagem confortável, significativamente menor do que o observado no momento da crise de 2015, conforme avalia o time do Itaú BBA.

Além disso, os analistas chamam a atenção para o fato de que as companhias que possuem uma parcela maior do seu endividamento em moeda estrangeira também têm boa parte de suas receitas dolarizadas. JBS (JBSS3), Embraer (EMBR3), Suzano (SUZB3), Petrobras (PETR4) e Marfrig (MRFG3) são exemplos de companhias que possuem mais de 80% de suas receitas em moeda estrangeira.

Juros altos, alavancagem baixa

Dividindo a dívida líquida das companhias que integram o Ibovespa pelo seu Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização), e excluindo os bancos da análise para evitar distorções, a equipe do Itaú BBA concluiu que a relação dívida líquida/Ebitda média do índice em 2021 deve ficar em 1,3 vez, ante 4,8 vezes em 2015.

Isso significa que o endividamento das empresas em relação à sua capacidade de gerar receitas está muito menor em 2021 do que estava em 2015, quando o País foi assolado por uma crise econômica que derrubou a Bolsa. Desde então, as empresas brasileiras vêm passando por um processo de desalavancagem, focando na redução das dívidas e no aumento das receitas.

Além disso, boa parte da dívida das empresas brasileiras não está indexada à taxa Selic ou ao CDI, mas sim à inflação ou a taxas pré-fixadas. Dentre os setores da Bolsa que mais devem sentir os efeitos da alta dos juros sobre o custo do seu endividamento, destacam-se as empresas de educação, que possuem 99% de suas dívidas vinculadas à Selic ou à taxa DI.

Companhias aéreas

Para 2022, os analistas projetam que o setor de companhias aéreas deve apresentar um alto grau de endividamento, com uma relação dívida líquida/PIB média estimada de 4,95 vezes. Isso se deve ao impacto exercido pela pandemia de Covid-19 sobre o setor, que viu suas receitas caírem abruptamente e teve de contrair dívidas para arcar com seus custos operacionais, que se mantiveram altos. Além disso, é importante ressaltar que essas empresas possuem cerca de 80% de suas dívidas em moeda estrangeira, enquanto cerca de 80% de suas receitas são em reais.

Apesar do cenário desafiador, o time do Itaú BBA avalia que as companhias aéreas brasileiras listadas na B3, Gol (GOLL4) e Azul (AZUL4), devem se beneficiar da retomada de suas operações em 2022. Além disso, apenas 5% da dívida dessas empresas está indexada à taxa Selic ou ao CDI, o que significa que a alta de juros terá um impacto pequeno sobre o custo desse endividamento.

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