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Ômicron e varejo fraco deixam Ibovespa instável

Índice Bovespa oscila sem rumo único após 4 dias de alta (Foto: B3)

Informações animadoras sobre vacinas contra a variante de coronavírus de Ômicron podem permitir um quinto pregão seguido de valorização do Ibovespa nesta quarta-feira, talvez até consolidando-se no nível dos 108 mil pontos. Na terça, o índice subiu 0,65%, fechando aos 107.557,67 pontos. Além disso, ainda pode beneficiar o índice Bovespa o alívio vindo de Brasília diante do encaminhamento do Auxílio Brasil de R$ 400 via Medida Provisória e também da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) dos Precatórios.

“Sem muita agenda indicadores e eventos, pode ficar um pouco mais fraco, após quatro dias de alta, o que foi uma surpresa e motivo de comemoração, dado este momento de incerteza”, avalia Lucas Mastromonico, operador de Renda Variável da B.Side Investimentos.

Ele cita como fatores positivos que influenciaram o índice notícias mais animadoras sobre a Ômicron e o andamento da PEC dos Precatórios.

Dados fracos do varejo brasileiro também geram cautela na Bolsa, o que deixa o Banco Central em uma difícil posição sobre os juros, já que a inflação segue persistentemente elevada. A estimativa majoritária do mercado é que o Comitê de Política Monetária (Copom) eleve a Selic de 7,75% para 9,25% ao ano hoje.

Na avaliação do economista-chefe da Necton, André Perfeito, o resultado da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC) mostra que a atividade do quarto trimestre começou mal no Brasil, reforçando expectativa de desaceleração.

“A variação no trimestre encerrado em outubro mostra queda de 3,3%, o pior resultado desde março deste ano. Este resultado reforça a perspectiva de juros mais baixos, fatalmente o BCB Banco Central do Brasil não deve subir a Selic tanto quanto o mercado imagina. Mantemos o cenário de alta da Selic em 150 pontos base hoje e de 11,5% ao final do ciclo”, afirma em relatório.

Na margem, por exemplo, as vendas do comércio varejista caíram 0,1% ante setembro, ficando pior do que a mediana positiva de 0,6%. Na comparação com outubro de 2020, sem ajuste sazonal, as vendas do varejo tiveram queda de 7,1%. Nesse caso, o resultado também ficou menor do que a mediana das expectativas, que era de 6,0%, com previsões que iam de contrações de 7,5% a 4,1%.

Neste ambiente, ações ligadas ao consumo na Bolsa podem sofrer, ainda mais após notícias variadas sobre a Ômicron. Se de um lado a Pfizer informou que a vacina produzida pela farmacêutica em parceria com a BioNTech é eficaz contra a nova cepa quando aplicada em regime de três doses, de outro há notícias controversas. Ontem, pesquisadores na África do Sul concluíram que a cepa deve reduzir a eficácia do imunizante da Pfizer.

Os índices futuros das bolsas americanas têm alta moderada, assim como o petróleo nos EUA e em Londres. O minério de ferro subiu apenas 0,03% no porto chinês de Qingdao. Já as bolsas europeias cedem.

Além disso, pode reduzir a expectativa de alta das ações da Petrobras e do Ibovespa a aprovação do PL que cria um fundo de estabilização dos preços dos combustíveis. Já quanto a Eletrobras, fica no radar o processo de privatização, após a expectativa de que o mesmo deve ser analisado no plenário do Tribunal de Contas da União (TCU) hoje.

Às 9h43, o Ibovespa cedia 0,17%, aos 107.373,53 pontos. Petrobras subia entre 0,31% (PN) e 0,55% (ON), enquanto Vale ON cedia 0,60%. “Deve ser um dia mais lateralizado. As ações de mineradoras e siderúrgicas subiram bastante e podem ter força para realizar, dada a falta de noticia hoje”, acrescenta Mastromonico, da B.Side Investimentos.

Por Maria Regina Silva

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