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Bolsas europeias fecham em baixa, com novas preocupações com a Ômicron

As bolsas da Europa fecharam em baixa nesta quarta-feira, 8, com investidores renovando temores acerca da variante Ômicron do coronavírus, e a perspectiva de que mais restrições sejam adotadas no continente por conta de sua disseminação. O movimento vem também após duas sessões de ganhos das praças europeias nesta semana.

De acordo com o Financial Times, o governo do Reino Unido deve restringir a circulação de pessoas não vacinadas contra a covid-19 em face da nova cepa.

Segundo o analista Michael Hewson, da CMC Markets, a notícia ajudou a piorar o sentimento por risco, que já era fraco após estudos preliminares conduzidos na África do Sul apontarem para uma eficácia menor da vacina da Pfizer contra a Ômicron.

A informação, divulgada pela própria empresa, de que um regime com três doses retém a eficácia do imunizante deu algum fôlego para as bolsas europeias, diz Hewson, mas não o suficiente para impedir a queda desta quarta-feira.

Neste contexto, o índice pan-europeu Stoxx 600 fechou em baixa de 0,59%, aos 477,36 pontos, enquanto o londrino FTSE 100 recuou 0,03%, aos 7.337,35 pontos, após passar a maior parte do dia em alta. Ações de empresas do setor aéreo, como a Ryanair (-3,34%), contribuíram para a queda em Londres.

Na Alemanha, o índice DAX, de Frankfurt, cedeu 0,80%, aos 15.687,09 pontos. Nesta quarta, o Parlamento do país elegeu Olaf Scholz como o novo chanceler alemão, encerrando oficialmente o período de 16 anos em que Angela Merkel administrou a maior economia da Europa.

Em Paris, o índice CAC 40 fechou na mínima diária, com recuo de 0,72%, aos 7.014,57 pontos. Situação similar ocorreu em Milão, onde o FTSE MIB encerrou o pregão no menor nível intraday, em queda de 1,42%, aos 26.751,93 pontos.

Além da Ômicron, investidores observaram comentários de dirigentes do Banco Central Europeu (BCE) acerca de riscos ao sistema financeiro na zona do euro. Presidente da entidade, Christine Lagarde destacou mudanças climáticas e ataques cibernéticos como os principais riscos, enquanto o vice-presidente Luis de Guindos mostrou preocupação quanto à alavancagem no setor financeiro não bancário.

Já a dirigente do banco Isabel Schnabel notou que há pouca agilidade e alcance na adoção de políticas macroprundeciais na região. Segundo ela, um aperto das condições financeiras poderia frear a recuperação do bloco, ao mesmo tempo em que não alivia as pressões nos preços no curto prazo. Guindos, por outro lado, disse que o cenário de alta inflação pode durar mais do que o esperado inicialmente.

Por fim, nas praças ibéricas, o PSI 20 recuou 0,97% em Lisboa, aos 5.513,40 pontos, e o madrilenho Ibex 35 caiu 0,95%, aos 8.478,40 pontos.

Por Gabriel Caldeira

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Estadão Conteúdo

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