Após um mês de novembro particularmente desafiador, que chacoalhou o mercado brasileiro com questões políticas, fiscais e internacionais, a Ágora Investimentos recomenda que os investidores adotem uma postura tática em dezembro, prezando pela qualidade e liquidez dos ativos, pela diversificação das carteiras e pensando na perspectiva de retorno de longo prazo.
O time de research da Ágora destaca que dezembro deve ser um mês decisivo para a economia brasileira, tendo como destaque a votação da PEC dos Precatórios no Senado. A PEC vem sendo o centro das atenções dos investidores desde que o governo sinalizou a intenção de parcelar suas dívidas judiciais e alterar a regra de cálculo do teto de gastos, medidas que devem criar um espaço bilionário no Orçamento de 2022.
PEC dos Precatórios
A PEC é vista pelo governo federal como imprescindível para viabilizar o pagamento do Auxílio Brasil com valor de R$ 400 até o fim do próximo ano, em meio às eleições presidenciais. O aumento temporário do valor do benefício é defendido por alguns setores da sociedade como uma medida necessária, tendo em vista o alto número de pessoas desempregadas e desamparadas no País.
Para o time da Ágora, apesar da necessidade de atender os brasileiros em situação de vulnerabilidade social, a PEC desgasta a credibilidade da regra do teto de gastos e desacelera o ajuste fiscal em andamento ao aumentar as despesas fiscais em 5,6% do PIB, além de adicionar 10 pontos percentuais para relação dívida/PIB nos próximos 10 anos.
Apesar da proposta ter sido mau recebida pelo mercado, a Ágora projeta que a PEC deve ser aprovada nas próximas semanas, sem grandes alterações no texto, e considera a aprovação “importante para definir o novo mix de políticas econômicas”.
Inflação e Juros
Outro ponto que vem desafiando a retomada da economia é a aceleração da inflação. A alta de preços, entretanto, não é um fênomeno exclusivo do Brasil, mas um problema que afeta toda a economia global, uma vez que, com a reabertura econômica observada nos últimos meses, a demanda por produtos e serviços tem aumentado em um ritmo muito mais acelerado do que a retomada da oferta. Isso porque as cadeias produtivas ainda sofrem com a falta de matéria-prima e com problemas logísticos que têm encarecido os fretes.
No exterior, espera-se que o presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA), Jerome Powell, adote uma postura mais dura no combate à inflação, aumentando o ritmo do “tapering” (processo de redução da compra mensal de ativos financeiros) e antecipando o início da alta dos juros.
No Brasil, o Banco Central (BC) já deu início a um ciclo de alta da taxa Selic, na tentativa de fazer com que a inflação do próximo ano convirja para a meta. Porém, para o time da Ágora, a alta de preços no Brasil possui algumas peculiaridades que precisam ser levadas em consideração:
“Além do aumento dos preços dos produtos industrializados (que aumentaram por conta de uma volta desarranjada e pode ser que apresentem um rebalanceamento entre oferta e demanda no segundo semestre de 2022), cabe ainda destacar o aumento dos preços dos combustíveis e a crise da energia elétrica. Esses são elementos que fizeram a inflação disparar.”
Devido à deterioração das perspectivas fiscais brasileiras, o Relatório de Mercado Focus já projeta uma inflação acima da meta em 2022, e o movimento de alta dos juros deve contribuir para frear o crescimento econômico no próximo ano, aumentando o clima de incerteza entre investidores.
Bolsa brasileira em dezembro
Todos esses fatores indicam que dezembro deve ser um mês de alta volatilidade, mas também de importantes definições que devem trazer mais clareza para 2022. Sendo assim, os analistas da Ágora recomendam que os investidores adotem uma postura cautelosa na escolha de ativos, dando prioridade para empresas de qualidade, com maior liquidez e com balanços financeiros sólidos.
Veja a seguir a Carteira Top 10 da Ágora Investimentos:
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