Política

Tesouro: projeção para dívida bruta de 2021 passa de 87,2% para 80,6% do PIB

Com um resultado primário bem melhor que o previsto no começo do ano, o Tesouro Nacional revisou nesta segunda, 29, todas as projeções para a Dívida Bruta do Governo Geral (DBGG) e a Dívida Líquida do Setor Público (DLSP) até 2030.

O relatório semestral de projeções da dívida, divulgado há pouco, mostra que a estimativa para o endividamento bruto em 2021 é de 80,6% do Produto Interno Bruto (PIB). No relatório anterior, de abril, a projeção era de 87,2% do PIB. Em 2020, o porcentual foi de 88,8% do PIB.

Para 2022, a estimativa passou de 86,7% para 80,1% do PIB. Para 2023, a projeção mudou de 87,3% para 80,2% do PIB. Para 2024, a estimativa passou de 88,1% para 79,9% do PIB.

A projeção anterior previa o início de uma trajetória de redução da dívida bruta apenas partir de 2026, chegando em 2030 com a DBGG ainda em 83,6% do PIB.

Agora, o Tesouro estima que a dívida bruta caia neste e no próximo ano, volte a subir ligeiramente em 2023 e, de 2024 adiante entre em declínio, chegando em 2030 em 76,6% do PIB.

A Dívida Bruta do Governo Geral – que abrange o governo federal, os governos estaduais e municipais, excluindo o Banco Central e as empresas estatais – é uma das referências para avaliação, por parte das agências globais de classificação de risco, da capacidade de solvência do País. Na prática, quanto maior a dívida, maior o risco de calote por parte do Brasil. No melhor momento da série histórica, em dezembro de 2013, a dívida bruta chegou a 51,5% do PIB.

Já para a dívida líquida, a projeção para 2021 passou de 65,0% para 58,3% PIB. Em 2020, foi 62,7% do PIB.

Para 2022, a previsão passou de 67,1% para 60,8% do PIB. Para 2023, a projeção mudou de 70,0% para 63,3% do PIB. Para 2024, a estimativa passou de 72,4% para 64,7% do PIB.

A dívida líquida apresenta valores menores que os da dívida bruta porque leva em consideração as reservas internacionais do Brasil. A projeção anterior do Tesouro previa o início de uma trajetória de redução da dívida líquida a partir de 2029, chegando em 2030 com a DLSP ainda em 75,4% do PIB.

Agora, o Tesouro estima queda apenas este ano, voltando a subir de 2022 em diante, chegando em 2030 em 68,2% do PIB.

No relatório de abril, a estimativa era de que o Governo Central e o Setor Público Consolidado voltassem a produzir superávits primários em 2027. Na atualização de hoje, o Tesouro passa a prever que o Governo Central e o Setor Público Consolidado voltem para o azul em 2024.

Por Eduardo Rodrigues e Thaís Barcellos

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Estadão Conteúdo

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