Economia

Chuva antes do previsto alivia térmicas, mas conta segue alta

A partir desta semana, o Operador Nacional do Sistema (ONS) está mais seletivo no acionamento de usinas termoelétricas, após meses funcionando com o máximo da potência do sistema elétrico brasileiro para evitar racionamento ou apagões no horário de ponta, informou o diretor-geral do órgão, Luiz Carlos Ciocchi. Mas, até abril, o brasileiro ainda receberá a conta pressionada pela tarifa de escassez hídrica, referente à seca registrada este ano, e o impacto do custo das termoelétricas contratadas para atravessar o período seco, de abril a outubro.

As chuvas vieram antes do esperado, disse Ciocchi, que projetava um fim de ano como o de 2020, quando elas só chegaram em dezembro e foram insuficientes para recuperar os reservatórios das hidrelétricas. Este ano, chegaram dois meses antes, para alívio do Sistema Interligado Nacional (SIN), operado pelo ONS.

“Com essa chegada (das chuvas) antes, e com todo o preparo para uma situação mais extrema, a chuva foi muito bem-vinda, e hoje a gente pode dizer com tranquilidade que, do ponto de vista de escassez hídrica, a gente não tem mais nenhuma indicação de problema, nem de energia nem de ponta, está equacionado”, disse, ao Broadcast/Estadão.

Preparado para o pior

Ele ressaltou que o operador se preparava para uma situação mais adversa, e que, apesar de não se falar em racionamento, antes do início das chuvas já havia alertas de que poderiam ocorrer problemas no horário de ponta (meio da tarde).

“Todas as ações que a gente vem tomando desde outubro do ano passado fazem com que essa chuva agora seja muito bem-vinda, porque agora a gente pode armazenar (água nos reservatórios), pode ser um pouco mais seletivo nos despachos, não precisa levar os reservatórios a um nível de estressamento agudo, como a gente ia ter que fazer”, explicou.

O ONS ordena a entrada de unidades geradoras de energia por ordem de mérito, ou seja, primeiro são liberadas as mais baratas, até chegar às mais caras. As termoelétricas, principalmente as movidas a combustível fóssil, são as que custam mais ao sistema, enquanto as hidrelétricas e outras fontes renováveis, como solar e eólica, têm menor custo.

Elevar o nível de armazenagem de água nos reservatórios das hidrelétricas agora é obrigatório, lembrou Ciocchi, referindo-se à emenda incluída na lei que aprovou a privatização da Eletrobras, e que deu quatro anos para a recuperação dessas usinas. Segundo Ciocchi, esse é um processo que não se faz em um ano, mas avaliou que em três anos os reservatórios já estarão em bons níveis.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Por Denise Luna e William Miron

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Estadão Conteúdo

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