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Magalu sente tempestade macro e ações caem; bancos recomendam comprar

Atualizada às 18h20

Os resultados do terceiro trimestre do Magazine Luiza (MGLU3) confirmam o ambiente desafiador do setor varejista no curto prazo, com dificuldades em retomar os níveis de lucratividade do período pré-pandemia diante da piora da conjuntura macroeconômica, com inflação, taxas de juros em alta e redução da renda da população.

A varejista divulgou números abaixo das expectativas do mercado e suas ações recuaram 18,32%, encerrando cotadas a R$ 11,15, na B3 nesta sexta-feira (12). Além da “tempestade perfeita” na economia, a base de comparação fica cada vez mais desafiadora em meio à crescente participação do competitivo e-commerce nas vendas totais – o que pressiona as margens operacionais.

Assim, o GMV (valor bruto de mercadorias) do Magalu totalizou R$ 13,8 bilhões, um crescimento de 12% ante 2020 e uma queda de 4% na base trimestral. A margem bruta fechou o trimestre em 20,1%, um declínio de quase 6 pontos percentuais em relação ao ano anterior, pressionada pela maior presença do e-commerce nas vendas e pela inflação nos custos logísticos.

“Apesar das grandes fortalezas que o Magazine Luiza possui, a companhia não passará incólume ao ambiente menos propenso às vendas de bens duráveis, segmento ao qual ainda se encontra bastante exposta, ainda que esteja investindo para diversificar cada vez mais suas receitas”, diz o time do BB Investimentos, que continua recomendando “compra” aos papéis MGLU3, com preço-alvo de R$ 22,90 ao fim de 2022.

“A base de lojas do Magalu e, em menor grau, sua plataforma de e-commerce são voltadas para classes de renda mais baixa. Esses consumidores provavelmente continuarão sofrendo com a queda real de salários, elevados níveis de endividamento e taxas de emprego que lutam para retornar aos patamares anteriores à pandemia”, comenta o departamento de análise do BofA. Os analistas esperam que isso prejudique o Magalu nos próximos meses.

Mesmo assim, olhando à frente, o time do BofA ainda vê a penetração do comércio eletrônico reduzida no Brasil e acredita que o Magalu será um dos líderes e “consolidadores de longo prazo” do setor. A recomendação é “comprar” as ações, com preço-alvo de R$ 30.

“Ainda vemos volatilidade para players locais de e-commerce no curto prazo (mesmo após o tombo recente), mas, ainda assim, reiteramos MGLU como uma das principais teses estruturais em nosso universo de cobertura”, interpreta o BTG Pactual. Os analistas do banco também indicam “compra”, com preço-alvo de R$ 26.

No ano, as ações do Magalu já acumulam desvalorização de 54% em 2021.

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Redação Mercado News

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