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Para a próxima reunião, Copom antevê ajuste na mesma magnitude (1,50 pp), diz ata

O Comitê de Política Econômica (Copom) do Banco Central (BC) reafirmou nesta quarta-feira, 3, por meio da ata de seu último encontro, a intenção de promover novo aumento da Selic (a taxa básica de juros) em dezembro. Após a elevação de 1,50 ponto porcentual na semana passada, para 7,75% ao ano, o BC disse hoje na ata que, para a próxima reunião, “antevê outro ajuste da mesma magnitude”.

Após a manobra do governo para alterar o teto de gastos, o BC repetiu que, diante da deterioração no balanço de riscos e do aumento de suas projeções, esse ritmo de ajuste é o mais adequado para garantir a convergência da inflação para as metas no horizonte relevante, como no comunicado.

“Neste momento, o cenário básico e o balanço de riscos do Copom indicam ser apropriado que o ciclo de aperto monetário avance ainda mais no território contracionista”, disse na ata, indicando um patamar de juros que tenha ainda mais efeito de retardar a expansão da atividade.

Ao mesmo tempo, a autoridade monetária deixou a porta aberta para um aumento até maior. “O Copom enfatiza que os passos futuros da política monetária poderão ser ajustados para assegurar o cumprimento da meta de inflação e dependerão da evolução da atividade econômica, do balanço de riscos e das projeções e expectativas de inflação para o horizonte relevante da política monetária”, disse a instituição na ata.

Essas ideias expressas na ata já constaram no comunicado da semana passada.

O Copom também reafirmou por meio da ata, que a alta de 1,50 ponto porcentual da Selic, anunciada na semana passada, é uma decisão que “reflete seu cenário básico e um balanço de riscos de variância maior do que a usual para a inflação prospectiva e é compatível com a convergência da inflação para as metas no horizonte relevante, que inclui os anos-calendário de 2022 e 2023”.

No documento, o BC pontuou que o último ajuste da Selic “também implica suavização das flutuações do nível de atividade econômica e fomento do pleno emprego” duas metas acessórias que a autarquia passou a perseguir após a lei de autonomia formal do órgão. Essas ideias expressas na ata já constaram no comunicado da semana passada.

Após subir a Selic em 1,00 p.p. na reunião de setembro, o Copom também havia sinalizado a intenção de manter o “plano de voo” com novo ajuste de 1,00 ponto em outubro. De lá para cá, porém, o cenário mudou, com a alta persistente da inflação e a manobra do governo na para alterar a regra do teto de gastos, comprometendo a âncora fiscal.

Assim, o comitê fez um acréscimo em seu balanço de riscos, reconhecendo que a alteração nos rumos fiscais pesou na decisão de apertar o passo na alta da Selic, apesar de o desempenho mais positivo das contas públicas nos últimos meses.

“O Comitê avalia que recentes questionamentos em relação ao arcabouço fiscal elevaram o risco de desancoragem das expectativas de inflação, aumentando a assimetria altista no balanço de riscos. Isso implica maior probabilidade de trajetórias para inflação acima do projetado de acordo com o cenário básico”, destacou o Copom na ata, assim como no comunicado.

Mesmo assim, o BC manteve seu balanço de riscos com fatores em ambas as direções. Por um lado – de inflação menor -, o Copom voltou a citar uma possível reversão, ainda que parcial, do aumento recente nos preços das commodities internacionais em moeda local. Por outro lado – de inflação maior -, o Copom repetiu que novos prolongamentos das políticas fiscais de resposta à pandemia, que pressionem a demanda agregada e piorem a trajetória fiscal, podem elevar os prêmios de risco do país. As duas avaliações também estavam presentes no comunicado.

Por Thaís Barcellos e Eduardo Rodrigues

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Estadão Conteúdo

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